Fausto Silva recebeu um transplante de coração em 20 dias, no Hospital Albert Einstein, referência em São Paulo. O apresentador está internado desde 05 de agosto e teve prioridade para a doação por ter um quadro clínico considerado grave.
É considerado uma prioridade quando o quadro clínico do paciente demonstra que ele não pode aguardar tanto tempo como os demais apenas com o uso de medicamentos e demais dispositivos que ajudam o coração a bombear sangue.
O médico anestesiologista Thiago Chaves Amorim explica à AnaMaria Digital que a primeira medicação usada na internação de insuficiência cardíaca é a dobutamina. Quando a dosagem é alta e o coração ainda não está em pleno funcionamento, é necessário dispositivos mecânicos.
“Geralmente iniciamos com o balão intra-aórtico, que é realmente um balão que aumenta e diminui de tamanho com cada batimento do coração. Na hora que o coração bate, esse balão murcha rapidamente e cria uma força puxando o sangue, o que ajuda o coração a bombear”, detalha.
Caso o paciente não melhore, pode-se partir para dispositivos de assistência ventricular, que são máquinas implantadas dentro do coração que aspiram o sangue e jogam para o corpo. “Porém neste ponto já temos um coração muito fraco e que provavelmente não irá melhorar”, ressalta.
Ele acrescenta que aí se começa a discussão de realizar o transplante cardíaco. “E são feitos vários exames pra saber se o coração tem chances de se recuperar e como está a função do mesmo através do ecocardiograma, que analisa o tamanho e força do órgão”, afirma Thiago.
COMO COSTUMA SER O TRANSPLANTE DE CORAÇÃO?
É uma cirurgia longa e delicada onde o tempo não importa para o cirurgião cardíaco. Dura em média de quatro a seis horas, mas existem fatores que interferem nesse período como o estado do coração que é doado, como será todo o caminho cirúrgico até o coração atual do paciente, como o paciente vai ficar após receber o coração novo e como esse coração se comportará.
O pós operatório é obrigatoriamente feito em ambiente de UTI. O paciente fica intubado por alguns dias e costuma ser extubado em até 48 horas após o transplante. Imunossupressores serão necessários por toda a vida para evitar que o coração seja compreendido como um tecido que não pertence ao corpo. As informações são da Folha de S. Paulo.