Pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, analisaram mais de mil espécies animais e concluíram que a maior longevidade das fêmeas, observada também entre humanos, tem origem evolutiva. Segundo o estudo, a competição entre machos por parceiras gera comportamentos e características físicas que reduzem sua expectativa de vida. A pesquisa identificou que em três de cada quatro espécies de mamíferos, as fêmeas vivem mais, enquanto entre as aves a vantagem costuma ser masculina em 68% dos casos.
Entre os mamíferos em zoológicos, as fêmeas vivem cerca de 12% a mais que os machos, e na natureza essa diferença pode ser até 1,5 vez maior. Nos humanos, as mulheres vivem em média cinco anos e três meses a mais que os homens, diferença mantida em todas as culturas e épocas. Os cientistas também observaram que machos de espécies não monogâmicas, que gastam mais energia competindo, tendem a morrer mais cedo, enquanto o tamanho corporal maior dos machos em algumas espécies está associado a uma vida mais curta.
O estudo indica que fatores sociais, como estilo de vida e acesso à saúde, podem influenciar essa distância, mas as causas são principalmente biológicas. Mesmo em ambientes controlados, como zoológicos, a diferença de longevidade persiste, sugerindo que a vantagem feminina está enraizada na história evolutiva e continuará a existir entre humanos e outras espécies.
O papel dos hormônios na longevidade
Os hormônios têm impacto direto no envelhecimento. O estrogênio, predominante nas mulheres, atua como um protetor natural do coração e melhora a resposta imunológica, reduzindo inflamações e doenças cardiovasculares. Já a testosterona, mais alta nos homens, está associada a comportamentos mais arriscados e a um metabolismo que exige mais energia, o que acelera o desgaste do organismo ao longo da vida.
Sistema imunológico mais forte
Diversos estudos mostram que as mulheres têm respostas imunológicas mais eficientes. Elas produzem anticorpos com maior intensidade e recuperam-se mais rapidamente de infecções. Essa vantagem biológica, presente desde a infância, ajuda a explicar por que elas apresentam menor mortalidade em doenças respiratórias e infecções graves.
Comportamentos que ampliam a diferença
Além da biologia, hábitos cotidianos também intensificam a distância na expectativa de vida. Estatísticas globais mostram que homens se envolvem mais em acidentes de trânsito, consomem mais álcool, adotam dietas menos equilibradas e demoram mais para buscar atendimento médico. Esses fatores somados aumentam o risco de doenças preveníveis.
Como reduzir a diferença entre homens e mulheres
Especialistas apontam que intervenções simples podem prolongar a vida masculina. Consultas preventivas, atividade física regular, redução do consumo de álcool, alimentação equilibrada e manejo do estresse têm impacto direto na longevidade. Incentivar homens a criarem rotinas de autocuidado e acompanhamento médico constante pode diminuir significativamente o descompasso entre os sexos.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1493, de 31 de outubro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.








