A rotina saudável e agitada de Maria Palen mudou drasticamente depois de um acontecimento inesperado. A influenciadora fitness norte-americana, de 31 anos, perdeu os movimentos da cintura para baixo após contrair babesiose – uma infecção rara transmitida por carrapatos.
Ela relatou que tudo começou com dores articulares e inflamação, mas o quadro evoluiu rapidamente, levando à paralisia e exigindo cirurgia de emergência. Atualmente, ela faz sessões intensas de fisioterapia e compartilha sua recuperação nas redes sociais com seus mais de 23 mil seguidores.
Casos como o de Maria são incomuns, mas servem de alerta. A babesiose pode passar despercebida por semanas e só ser diagnosticada quando já está em estágio avançado. Por isso, entender os sintomas, formas de transmissão e como se prevenir é essencial, especialmente em locais onde há maior presença de carrapatos.
O que é a babesiose
A babesiose é uma infecção provocada por protozoários do gênero Babesia, que invadem os glóbulos vermelhos do sangue e podem comprometer diferentes funções do organismo. É mais comum em animais, como cães, mas também pode afetar humanos.
A transmissão acontece pela picada de carrapatos infectados, especialmente da espécie Ixodes, e exige contato prolongado – pelo menos 12 horas – para que o parasita entre na corrente sanguínea.
Embora rara em humanos, a doença tem ganhado atenção com o aumento de casos nos Estados Unidos. Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apontam mais de 2.500 diagnósticos anuais, o dobro do registrado uma década atrás.
Sintomas mais comuns da babesiose
Em muitos casos, a babesiose é assintomática. Mas, quando surgem, os sintomas costumam aparecer até quatro semanas após o contato com o carrapato. Entre os sinais mais comuns estão:
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Febre ou calafrios
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Dor de cabeça
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Dores musculares
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Suor frio
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Fraqueza e cansaço excessivo
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Pele e olhos amarelados
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Urina escura ou com sangue
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Inchaço e vermelhidão no local da picada
Pessoas saudáveis geralmente se recuperam em cerca de uma semana, mas indivíduos com o sistema imunológico comprometido podem desenvolver formas graves da doença.
É uma doença grave?
A gravidade da babesiose varia. Em quadros mais leves, o tratamento pode ser feito com medicamentos antiparasitários e antibióticos. Já em casos mais severos – como os que envolvem anemia intensa, infecção generalizada ou risco de falência de órgãos – pode ser necessário internamento hospitalar e até transfusão de sangue.
As principais complicações envolvem destruição excessiva das hemácias, queda nas plaquetas, alterações renais, hepáticas e pulmonares, além de pressão arterial instável. Por isso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais.
Quem está mais vulnerável?
Embora qualquer pessoa possa contrair a babesiose, o risco é maior para idosos, pacientes com doenças crônicas, pessoas que já passaram por remoção do baço ou vivem com HIV/AIDS. Nesses grupos, a resposta do organismo tende a ser mais lenta, o que favorece o avanço do parasita no sangue.
Como é feito o diagnóstico de babesiose?
Como os sintomas se confundem com os de outras infecções, o diagnóstico é feito por exames laboratoriais, como o esfregaço de sangue para identificação direta do parasita nas hemácias. Também podem ser solicitados testes de anticorpos ou PCR para diferenciar a babesiose de outras doenças, como a malária.
Tratamento e tempo de recuperação
O tratamento é definido por um infectologista ou clínico geral, com base na gravidade da infecção. Casos leves geralmente são tratados com a combinação de medicamentos como atovaquona e azitromicina, ou quinina e clindamicina, durante 7 a 10 dias. Em pacientes com sintomas persistentes ou carga parasitária elevada, o tratamento pode se estender e incluir internação hospitalar.
Em casos extremos, a transfusão de sangue pode ser indicada para remover os glóbulos vermelhos contaminados e estabilizar o organismo.
Formas de prevenção
A melhor maneira de evitar a babesiose é adotando cuidados simples durante atividades ao ar livre, especialmente em áreas com vegetação alta. Algumas dicas:
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Usar roupas claras e compridas
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Aplicar repelente nas áreas expostas
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Inspecionar o corpo ao voltar de trilhas ou acampamentos
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Evitar sentar diretamente em gramados ou matas
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Manter cães e outros animais de estimação protegidos contra carrapatos
Em caso de picada, o ideal é remover o carrapato com cuidado e procurar orientação médica se surgir qualquer sintoma suspeito nos dias seguintes.
Resumo:
A babesiose é uma infecção rara transmitida por carrapatos que pode causar sintomas leves ou complicações graves, como no caso da influenciadora Maria Palen. Embora o risco seja maior em pessoas imunocomprometidas, todos devem adotar medidas de prevenção, principalmente em áreas de risco. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar consequências mais sérias.
Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!