Nas últimas semanas, histórias como as de Tati Machado e Micheli Machado emocionaram o país ao revelarem uma experiência devastadora: a perda gestacional avançada. Embora sejam raros, os casos em que o bebê morre dentro do útero já próximo ao nascimento existem e exigem atenção redobrada de gestantes, familiares e profissionais de saúde.
O ginecologista e obstetra Caio Couto, coordenador médico do Hospital Anchieta, explica ao Terra, que mesmo nos estágios finais da gravidez, alguns fatores podem colocar a vida do bebê em risco. Entre os mais graves estão o descolamento prematuro da placenta, infecções intrauterinas e alterações no cordão umbilical. Em muitos desses casos, a parada dos batimentos cardíacos do feto ocorre de forma repentina, o que reforça a importância do acompanhamento pré-natal atento e constante.
Insuficiência placentária pode ser silenciosa, mas perigosa
Entre os quadros mais preocupantes está a insuficiência placentária, condição em que a placenta não consegue fornecer oxigênio e nutrientes em quantidade suficiente ao feto. O problema pode surgir de forma silenciosa e comprometer gravemente o desenvolvimento do bebê.
Causas comuns dessa falha incluem doenças como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. Além disso, quadros como lúpus, trombofilias, uso de cigarro e drogas, gravidez gemelar com placenta compartilhada e até a idade materna acima dos 35 anos aumentam o risco. Por isso, mulheres com esse perfil precisam de atenção especial durante todo o período da gestação.
A importância do pré-natal para prevenir a perda gestacional avançada
Apesar da gravidade de algumas dessas complicações, o médico garante que muitas delas podem ser controladas com um bom pré-natal. De acordo com ele, realizar exames regulares, como ultrassonografias para verificar o crescimento do bebê e a saúde da placenta, é essencial. Além disso, é fundamental monitorar a pressão arterial e a movimentação fetal.
Sinais como perda de líquido, sangramento vaginal, contrações regulares e diminuição dos movimentos do bebê devem ser tratados como urgência. Nestes casos, procurar atendimento médico imediatamente pode fazer toda a diferença.
Como reduzir os riscos de uma perda gestacional avançada
A prevenção é, sem dúvida, a melhor aliada das futuras mamães. Para isso, é importante seguir as orientações médicas desde o início da gestação. Isso inclui manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas leves (quando autorizadas pelo obstetra), evitar bebidas alcoólicas e o uso de substâncias ilícitas, além de controlar doenças pré-existentes como hipertensão e diabetes.
O médico também recomenda o uso do mobiligrama – técnica para acompanhar os movimentos do bebê – como mais uma forma de monitoramento. Em gestantes de alto risco, o cuidado deve ser ainda mais intenso, com consultas frequentes e avaliações especializadas.
Resumo:
A perda gestacional avançada pode acontecer por fatores como insuficiência placentária, infecções e doenças crônicas não controladas. No entanto, com acompanhamento médico adequado e atenção aos sinais do corpo, é possível reduzir os riscos e proteger a saúde da mãe e do bebê até o final da gestação.
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