Você sabia que a perda de massa muscular natural com o passar dos anos pode evoluir para um problema sério de saúde? Estamos falando da sarcopenia, uma condição que afeta principalmente os idosos, mas que também pode atingir pessoas com doenças crônicas ou com hábitos de vida pouco saudáveis. Mais do que um sinal do envelhecimento, a sarcopenia é reconhecida como uma doença musculoesquelética que pode comprometer a qualidade de vida e até aumentar o risco de morte.
Um estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com a University College London revelou que a sarcopenia representa um fator de risco mais preocupante para a mortalidade do que a própria síndrome da fragilidade.
Segundo a ginecologista Iana Carruego, da Clínica Elsimar Coutinho, “trata-se de uma síndrome com impacto direto na autonomia funcional, pois está associada a maior incidência de quedas, depressão, declínio cognitivo e até mesmo mortalidade”, diz.
Sintomas muitas vezes ignorados
Os sinais da sarcopenia podem parecer inofensivos no início. A pessoa começa a sentir fraqueza muscular, desequilíbrio ao andar, dificuldade para se levantar da cama ou da cadeira e pode até ter quedas frequentes.
Em muitos casos, o primeiro sinal visível é a perda de força nas mãos, percebida ao abrir potes ou carregar sacolas. Também podem surgir dores pelo corpo, associadas à sobrecarga nas articulações, que já não recebem o apoio muscular adequado.
Se a condição não for identificada e tratada, o quadro pode evoluir para limitações mais graves no dia a dia, como depender de ajuda para tomar banho, arrumar a casa ou sair para comprar pão.
Diagnóstico: quando é hora de se preocupar?
O diagnóstico da sarcopenia envolve três critérios principais: baixa força muscular, perda da quantidade ou qualidade dos músculos e desempenho físico comprometido – este último sendo sinal de sarcopenia grave.
O clínico geral ou geriatra avalia o histórico do paciente, realiza testes de força e equilíbrio e pode solicitar exames como bioimpedância, DEXA, tomografia ou ressonância magnética para analisar a estrutura muscular com mais precisão.
Por que isso acontece?
Embora o envelhecimento seja a causa mais comum, existem outros fatores que aceleram a perda muscular. A inatividade física, o consumo insuficiente de proteínas, a síndrome metabólica, o diabetes, doenças cardíacas e até o uso de medicamentos que diminuem o apetite estão na lista de gatilhos.
A queda na produção de hormônios, como testosterona e estrogênio, também colabora para o quadro. “O estresse oxidativo, que é o desequilíbrio entre radicais livres e antioxidantes no corpo, afeta diretamente a regeneração muscular e aumenta a resistência à recuperação”, explica Iana.
Existe tratamento?
Sim! E o quanto antes for iniciado, melhores os resultados. O tratamento envolve uma combinação de cuidados:
-
Exercícios físicos de força e resistência, como musculação, pilates ou fisioterapia especializada;
-
Dieta rica em proteínas, com acompanhamento nutricional individualizado;
-
Ajuste de medicamentos que possam interferir no apetite ou na massa muscular;
-
Reposição hormonal, apenas quando houver indicação médica.
Além disso, para quem já tem limitações funcionais, pode ser necessário adaptar a casa e criar rotinas mais seguras e acessíveis. O suporte familiar também é essencial nesse processo.
Dá para prevenir?
Dá, sim! Manter uma vida ativa, com caminhadas, exercícios regulares e alimentação equilibrada, é a melhor forma de proteger seus músculos ao longo dos anos.
Evitar o sedentarismo, consumir alimentos ricos em proteínas (como carnes magras, ovos, leite, soja e lentilha) e cuidar da saúde metabólica são atitudes que fazem toda a diferença.
Resumo:
A sarcopenia é uma condição caracterizada pela perda de massa e força muscular, que afeta principalmente idosos, mas também pessoas com doenças crônicas. Os sintomas surgem de forma sutil e podem evoluir para quadros mais graves. A boa notícia é que o diagnóstico precoce e um plano de tratamento adequado ajudam a preservar a autonomia e a qualidade de vida.

Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!