Virgínia Fonseca reacendeu o debate sobre métodos contraceptivos ao relatar, em suas redes sociais, uma experiência negativa com o chip contraceptivo. A influencer, que optou pelo método após ouvir relatos positivos de outras mulheres, revelou estar enfrentando sangramentos contínuos desde a inserção do dispositivo. A situação levantou dúvidas sobre a eficácia e os possíveis efeitos colaterais desse método, que é conhecido pela praticidade e alta taxa de segurança contraceptiva.
O ginecologista Alexandre Pupo, associado à FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), explica que o termo “chip contraceptivo” é equivocado, pois o dispositivo é, na verdade, um implante hormonal chamado Implanon. “Esse termo ‘chip’ é tecnicamente incorreto. O Implanon é um pequeno tubo flexível que libera hormônios para impedir a gravidez. Ele é introduzido sob a pele e tem duração de até três anos”, elucida. Apesar de amplamente utilizado, o método exige acompanhamento médico para evitar complicações.
Como funciona o chip contraceptivo?
O chip contraceptivo, ou Implanon, é um implante subcutâneo composto por etonogestrel, um hormônio derivado da progesterona. “Ele age impedindo a ovulação e aumentando a viscosidade do muco cervical, criando uma barreira natural contra os espermatozoides”, detalha Pupo. Essa dupla ação garante uma eficácia superior a 99%, fazendo do método uma das opções mais confiáveis disponíveis no mercado.
O dispositivo tem aproximadamente 3 cm de comprimento e é inserido no braço, geralmente na região entre o bíceps e o tríceps, em um procedimento rápido e minimamente invasivo realizado por um profissional de saúde. Após a inserção, o hormônio é liberado gradualmente, proporcionando uma proteção contínua contra a gravidez por até três anos.
Apesar de sua praticidade, algumas mulheres, como Virgínia, podem experimentar efeitos colaterais nos primeiros meses após a implantação. Alterações no ciclo menstrual, como sangramentos contínuos, são comuns durante o período de adaptação do organismo ao hormônio.
Quais são os efeitos colaterais?
Os efeitos colaterais do chip contraceptivo variam de mulher para mulher. Segundo o Dr. Pupo, os mais comuns incluem alterações no padrão menstrual, dores de cabeça, ganho de peso, acne e alterações de humor. “O corpo precisa de um período para se adaptar ao novo equilíbrio hormonal. Isso pode levar de dois a três meses, mas a maioria das mulheres se estabiliza após esse período”, comenta o especialista.
No caso de Virgínia, os sangramentos persistentes a levaram a considerar a substituição do método pelo DIU (dispositivo intrauterino). “Esse tipo de feedback é importante para ajustar o método ao perfil da paciente. Nem todas as mulheres respondem da mesma forma ao mesmo contraceptivo”, acrescenta Alexandre Pupo.
Há ainda contraindicações específicas, como histórico de trombose, doenças hepáticas graves e certos tipos de câncer sensíveis a hormônios, como o de mama. “Essas condições tornam o uso do Implanon inadequado. Por isso, uma avaliação médica detalhada é indispensável antes da escolha do método”, alerta o ginecologista.
Comparação com outros métodos contraceptivos
O chip contraceptivo é frequentemente comparado a outros métodos, como o DIU e os anticoncepcionais orais. Cada um tem suas vantagens e limitações, e a escolha depende das necessidades e do histórico de saúde de cada mulher.
O DIU, por exemplo, pode ser hormonal ou de cobre, sendo uma alternativa para mulheres que preferem evitar métodos hormonais sistêmicos. Já os anticoncepcionais orais exigem disciplina para serem tomados diariamente, o que pode ser um desafio para algumas mulheres.
“Uma das maiores vantagens do Implanon é a praticidade. Ele elimina a necessidade de lembrar de tomar pílulas diariamente e oferece uma proteção contínua por anos”, destaca Pupo. No entanto, ele também ressalta a importância de um acompanhamento médico regular para monitorar possíveis efeitos adversos.
Cuidados antes de optar pelo chip contraceptivo
Antes de decidir pelo chip contraceptivo, é essencial passar por uma consulta ginecológica. “O médico avaliará o histórico clínico, as necessidades contraceptivas e as preferências da paciente. É uma escolha que deve ser personalizada”, orienta o médico.
Além disso, é fundamental discutir possíveis interações medicamentosas. Certos medicamentos, como anticonvulsivantes e tratamentos para HIV, podem reduzir a eficácia do Implanon. “Essas interações precisam ser levadas em conta para evitar falhas no método”, alerta.
No caso de Virgínia, ela optou por aguardar o período de adaptação recomendado antes de tomar uma decisão final. “Esse tempo é importante para que o corpo se ajuste ao novo método e para avaliar se os benefícios superam os possíveis desconfortos”, conclui Pupo.
O chip contraceptivo é uma opção segura e prática para mulheres que buscam prevenir a gravidez com eficácia e conveniência. No entanto, como qualquer método contraceptivo, ele não é isento de efeitos colaterais e contraindicações. O caso de Virgínia Fonseca destaca a importância de uma escolha informada, baseada em orientações médicas e no perfil de saúde individual.
Se você está considerando o Implanon ou outro método contraceptivo, agende uma consulta com seu ginecologista para discutir as opções disponíveis e encontrar a que melhor se adapta às suas necessidades.
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