A partir desta segunda-feira (1º de setembro), mulheres brasileiras entre 18 e 49 anos passam a ter acesso ao implante contraceptivo Implanon tanto pelo SUS quanto pelos planos de saúde. A novidade marca um avanço importante nas políticas públicas de saúde feminina, já que amplia a variedade de métodos oferecidos e garante mais autonomia às brasileiras na hora de escolher o que melhor se adapta à sua rotina.
O que é implanon e como funciona
O Implanon é um implante contraceptivo subdérmico indicado para prevenir a gravidez indesejada. Ele consiste em um pequeno bastão de plástico flexível, medindo cerca de 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, que contém 68 mg de etonogestrel, um hormônio que age de forma contínua no organismo.
O dispositivo deve ser colocado sob a pele, na região do braço, com anestesia local. Apenas médicos ou enfermeiros treinados podem realizar o procedimento, que é rápido e minimamente invasivo. Após a aplicação, o hormônio é liberado gradualmente na corrente sanguínea, inibindo a ovulação e alterando o muco do colo do útero, o que dificulta a entrada dos espermatozoides.
Proteção prolongada e alta eficácia
O grande diferencial do Implanon está na sua duração: ele oferece até três anos de proteção contínua contra a gravidez. Durante esse período, a mulher não precisa se preocupar com lembranças diárias, como ocorre com a pílula anticoncepcional.
De acordo com a empresa responsável pela fabricação, a eficácia é de 99,95%, considerada a mais alta entre os métodos disponíveis. Esse índice está diretamente ligado ao fato de que, uma vez inserido, não depende da disciplina de uso da paciente para funcionar corretamente.
Cobertura no SUS e nos planos de saúde
A incorporação do implante ao SUS foi anunciada em julho, após parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec). A expectativa do Ministério da Saúde é distribuir 1,8 milhão de unidades até 2026, sendo 500 mil já em 2024. O investimento previsto é de aproximadamente R$ 245 milhões.
Além disso, os planos de saúde privados também passam a ser obrigados a oferecer o método contraceptivo, conforme decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Essa mudança garante que mulheres de diferentes perfis tenham mais liberdade de escolha sobre o próprio corpo.
Após três anos de uso, o implante deve ser retirado em procedimento semelhante ao da inserção. Caso a mulher opte por continuar com o método, um novo dispositivo pode ser colocado imediatamente.
Outro ponto positivo é que a fertilidade retorna rapidamente após a remoção, o que possibilita planejar uma gravidez sem necessidade de longos intervalos. Essa característica torna o método ainda mais atraente para quem busca praticidade, mas deseja manter as opções abertas no futuro.
Comparação com outros métodos contraceptivos
Entre os métodos de longa duração oferecidos atualmente pelo SUS, apenas o DIU de cobre se destaca ao lado do Implanon. No entanto, a rede pública também disponibiliza opções como pílulas, injetáveis mensais e trimestrais, além de preservativos e cirurgias definitivas, como laqueadura e vasectomia.
Vale lembrar que apenas o preservativo oferece dupla proteção, atuando também contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Por isso, especialistas recomendam associar o uso de métodos de barreira, sempre que possível.
Resumo: O Implanon chega ao SUS e aos planos de saúde como uma alternativa segura e eficaz para mulheres de 18 a 49 anos. Com duração de até três anos e eficácia próxima a 100%, o implante garante praticidade e liberdade de escolha. A cobertura amplia o acesso ao método e fortalece as políticas de saúde feminina no Brasil.
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