Sabe aquela sensação de prazer ao sentir o aroma de flores, frutos e vegetais? Seu olfato conhece bem. Porém, é provável que ele não seja o único agraciado. Pelo menos é o que garante a aromaterapia, que defende que tais odores também carregam benefícios para o bem-estar e saúde.
Você conhece a aromaterapia? De acordo com a International Federation of Aromatherapists, o método, considerado medicina alternativa, é a utilização de óleos essenciais extraídos de plantas aromáticas para equilibrar, harmonizar e promover a saúde do corpo, mente e espírito.
À AnaMaria, a aromaterapista periátrica Livia Targa acrescenta quando a prática é útil: “Sempre que estiver com alguma necessidade emocional, como ansiedade, depressão, irritabilidade e quando precisa de um suporte físico para auxiliar em dores, inflamações, problemas de pele, etc”.
Ainda de acordo com ela, os óleos essenciais têm ação anti-inflamatória, descongestionante, bactericida e imunoestimulantes. Por isso, são recomendadas para combater doenças virais, como resfriados, tosse e gripes. As substâncias podem ser utilizadas por via tópica (na pele) ou via inalatória (olfato):
- Aplicação tópica – permite que os ativos dos óleos essenciais sejam absorvidos através da pele e distribuídos para todo nosso corpo através de nossa corrente sanguínea.
- Aplicação inalatória – as moléculas seguem duas rotas: cerebral e pulmonar. Na primeira, ativa o sistema límbico, utilizadas para obter resultado mais rápido, como explica a especialista.
“De qualquer forma, seja tópica ou inalatória, pode ser utilizada para trabalhar tanto as emoções, quanto as demandas físicas. Isso porque as moléculas químicas sempre serão distribuídas para nosso organismo”, acrescenta Targa.
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Como usar e os cuidados necessários
Entre os óleos essenciais mais utilizados, estão lavanda, manjericão, bergamota (também conhecida como pokan, mexerica ou tangerina), erva-cidreira e outros. Além destes, os profissionais da área também utilizam outros produtos no tratamento, como cremes, sabonetes e manteigas para diluição.
Apesar da facilidade em encontrar boa parte dos itens, não é recomendado aderir ao tratamento sem o acompanhamento de um especialista da área. Isso porque é necessário ter um conhecimento maior sobre a composição química de cada óleo, além de suas diluições recomendadas.
A avaliação de fatores como a faixa etária, problemas de saúde e possíveis condições médicas é essencial. De maneira geral, todos podem recebem o tratamento. Porém, Targa explica que há algumas contra-indicações. Por exemplo, ela não indica antes dos três meses de idade.
Além disso, determinados óleos essenciais, como hortelã pimenta, alecrim, podem ser prejudiciais para públicos como crianças, gestantes e idosos: “Por isso é muito importante ter conhecimento profundo da técnica antes de usar ou indicar, principalmente para este público que chamamos de exceção”.
Também vale o alerta sobre a importância de adquirir os produtos de fontes confiáveis, a fim de evitar qualquer tipo de adulteração e falsificação dos produtos. A aromaterapeuta reforça que a técnica não deve ser espalhada apenas para a comercialização do produto sem critérios.
“Vejo pessoas com centenas de óleos essenciais em casa e não sabem nem para que servem. Os óleos essenciais são recursos naturais que, se não tivermos uma consciência no uso, teremos a escassez desses recursos. Muitas pessoas acabam usando de qualquer jeito, como estilo de vida colocando em tudo e usando para tudo. E isso não é a maneira correta de se utilizar”.
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O que diz a medicina sobre a aromaterapia?
Em 2018, o Ministério de Saúde incluiu, ao lado de outras dez, a técnica no Sistema Único de Saúde (SUS) como Práticas Integrativas e Complementares (PICS). O tratamento é complementar, ou seja, deve ser utilizado como complemento à medicina convencional, como o uso de medicamentos.
A especialista concorda e explica que, quando a aromaterapia vai ser utilizada em um tratamento que já faz uso de medicação, é dever do profissional analisar o que melhor se encaixa. E essa análise vai desde os óleos essenciais que serão utilizados até os melhores horários: “Nós nunca devemos retirar qualquer medicação convencional sem autorização do médico que acompanha o paciente”.
Na contramão da decisão do Ministério da Saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) discordou da inclusão. Para o órgão, não há evidências científicas que comprovem seus benefícios. Por isso, a aromaterapia não pode ser realizada ou indicada por médicos para combater ou tratar problemas de saúde — assim, são realizadas por outros profissionais.
Questionada se o não reconhecimento do CFM atrapalha a técnica, Targa nega: “O que atrapalha é a propagação do uso incorreto, muitas vezes banalizando essa tecnica tão incrivel. Temos que cada vez mais falar sobre a segurança no uso, sobre a importância do conhecimento nas indicações”.
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