Na quarta-feira passada (22), a cantora Gretchen, de 65 anos, surpreendeu os seguidores ao mostrar seu cabelo natural, sem o uso de mega hair. Na publicação, a artista revelou que convive com a alopecia, uma condição que provoca a queda de cabelos e pelos, mas afirmou que isso não afeta sua autoconfiança.
“Não é toda mulher que tem coragem de se mostrar sem o mega hair. E, principalmente, a mulher que tem alopecia, mas eu não me importo”, declarou a cantora em suas redes sociais.
O que é alopecia?
A alopecia é uma condição que pode levar à perda parcial ou total de cabelos e pelos, e suas causas são variadas. De acordo com a dermatologista Claudia Gomes dos Santos, do Hospital Nipo-Brasileiro (HNipo), ela pode ser classificada como:
- Não cicatricial: há possibilidade de recuperação dos fios.
- Cicatricial: a perda é permanente, devido à destruição dos folículos capilares.
Tipos mais comuns de alopecia
- Alopecia androgenética (calvície hereditária)
- Relacionada a fatores genéticos e hormonais.
- É comum em homens e mulheres e não é considerada uma doença, mas uma condição herdada geneticamente.
- Alopecia areata
- Trata-se de uma condição autoimune, em que o sistema imunológico ataca os folículos capilares.
- Pode causar perda de cabelo em áreas específicas ou, em casos mais graves, em todo o corpo.
- Alopecia cicatricial
- É uma forma rara que resulta na destruição permanente dos folículos capilares devido a inflamação, infecções ou traumas no couro cabeludo.
- Eflúvio telógeno
- Queda de cabelo temporária causada por fatores como estresse físico ou emocional, alterações hormonais, doenças ou deficiências nutricionais.
Causas da queda de cabelo
Entre os fatores mais comuns que levam à queda de cabelo estão:
- Genética
- Estresse
- Alterações hormonais
- Distúrbios da tireoide
- Alimentação inadequada
- Uso excessivo de produtos químicos
Eventos como a Covid-19 também podem desencadear ou agravar o problema, aumentando o número de casos de queda de cabelo em todo o mundo.
Diagnóstico e tratamento de alopecia
Identificar a alopecia de forma precoce é fundamental para um tratamento eficaz. Segundo a dermatologista, existem diferentes opções terapêuticas, como:
- Medicamentos tópicos e orais para estimular o crescimento e fortalecer os fios.
- Vitaminas e terapias específicas, dependendo da causa da condição.
Cada caso deve ser avaliado por um especialista, que pode indicar o tratamento mais adequado para controlar a queda e, em alguns casos, recuperar o volume dos cabelos.
Alopecia Areata ganha novos tratamentos no Brasil
Recentemente, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) atualizou as diretrizes para o diagnóstico e tratamento da alopecia areata, uma condição autoimune que provoca a queda de cabelos e pelos. As mudanças refletem a chegada de novos medicamentos aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e os avanços científicos que comprovam sua eficácia. O último consenso sobre o tema havia sido divulgado em 2020.
A alopecia areata pode se manifestar de diferentes maneiras. O tipo mais comum é a forma localizada, que apresenta áreas arredondadas, lisas e sem cabelo, mas sem inflamações ou cicatrizes visíveis no couro cabeludo ou em outras partes do corpo. Nos casos mais graves, pode ocorrer a perda total dos cabelos no couro cabeludo (alopecia totalis) ou até de todos os pelos do corpo (alopecia universalis). Um exemplo conhecido é a atriz Jada Pinkett Smith, esposa de Will Smith, que enfrenta essa condição.
“Não existe uma causa exata para esta doença, mas sabemos que fatores como estresse, predisposição genética e outras condições autoimunes, como vitiligo e tireoidite de Hashimoto, podem aumentar o risco ou desencadear a alopecia areata”, explica a dermatologista Luciana Takata, diplomata do American Board of Hair Restoration Surgery (ABHRS).
O que muda com as novas diretrizes?
As atualizações destacam o uso de inibidores de janus quinase (JAKi), como baricitinibe e ritlecitinibe, que agora estão aprovados pela Anvisa para o tratamento de casos graves de alopecia areata. Esses medicamentos representam um marco na abordagem da doença, trazendo novas possibilidades terapêuticas para os pacientes.
O impacto emocional na classificação da doença
Além de incorporar os avanços terapêuticos, as novas orientações também reconhecem a importância do impacto emocional causado pela alopecia areata. Antes, casos com até 20% de queda de fios eram considerados leves. Agora, se o paciente apresentar sinais de depressão ou outras dificuldades emocionais associadas, esse quadro pode ser reavaliado e classificado como de maior gravidade.
“Essas mudanças representam um avanço importante no cuidado de pacientes com AA, reconhecendo a complexidade da condição e promovendo um tratamento mais humanizado e eficaz. Ao integrar a dimensão emocional ao manejo clínico, os dermatologistas podem oferecer um cuidado que realmente melhore a qualidade de vida dos pacientes, indo além do tratamento dos sintomas físicos”, conclui a dermatologista Luciana Takata.
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