Thayla Ayala surpreendeu seus fãs ao revelar ter tido “a pior gravidez do planeta Terra”. Durante participação no podcast ‘Mil e uma Tretas’, a mãe de Francisco, de nove meses, contou que o período da gestação foram os piores meses de sua vida.
Tudo culpa de um problema chamado Síndrome de Hellp, que altera os níveis de enzimas hepáticas e deixa a contagem de plaquetas baixa. Por conta do problema, o primeiro filho da atriz, fruto de seu casamento com Renato Góes, acabou nascendo antes do tempo, com 33 semanas.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o ideal para um nascimento seguro e saudável é que o parto ocorra entre 39 a 40 semanas e seis dias de gestação.
“Odiei todos os segundos da minha gravidez. Pensava em não seguir com a minha vida. Depois que consegui gerar e parir, mesmo correndo risco de morte, porque tive Síndrome Hellp, entendi que a mãe já é mãe pra caramba”, contou. Mas o que é essa tal Síndrome?
QUAIS SÃO AS CHANCES?
Segundo o ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a Síndrome Hellp é uma complicação grave da pré-eclâmpsia, ou seja, a hipertensão arterial e a pressão alta na gravidez. “É também caracterizada por hemólise (rompimento da membrana das hemácias), enzimas hepáticas elevadas e baixa de plaquetas”, explica.
Mulheres com pressão alta, diabetes, e idade maior do que 35 anos têm mais chances de desenvolverem o problema. A boa notícia, ressalta o especialista, é que ela acontece em menos de 1% dos casos.
A paciente que teve a Hellp na primeira gravidez também tem uma chance muito pequena de sofrer com isso em uma segunda gestação. “Assim, não é um problema ela engravidar novamente”, explica Caldeira.
Apesar disso, o médico alerta que, se não houver um acompanhamento médico constante, essa mulher pode até morrer. “É uma questão muito grave, pois pode causar uma ruptura no fígado, além de hemorragia, trombose e embolia”, diz.
DÁ PARA TRATAR?
Este é um ponto importante. Isso porque, quando a paciente está com mais de 34 semanas de gestação, o procedimento costuma ser a interrupção da gravidez, levando a um nascimento prematuro, como foi o caso de Thayla Ayala.
Caldeira ressalta, porém, que a Síndrome de Hellp não causa nenhuma sequela na mãe ou no bebê no pós-nascimento. “A criança acaba sendo tratada mais pela prematuridade mesmo, e a mãe permanece na UTI até que os valores dos exames se estabilizem e voltem ao normal”, informa.
Por fim, conforme o médico, é importante a grávida evitar pressão alta na gestação, além de fazer um efetivo controle de peso, evitar ingestão de sal e, ainda, tomar cuidado com a diabetes gestacional.