A parvovirose em humanos, causada pelo parvovírus B19, é uma doença que pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em crianças. Recentemente, a atriz Luana Piovani compartilhou nas redes sociais que sua filha Liz, de sete anos, foi diagnosticada com a doença após sentir os primeiros sintomas na escola.
Conhecida também como “quinta doença” ou “eritema infeccioso”, a parvovirose em humanos se manifesta principalmente por meio de uma erupção cutânea vermelha no rosto, que pode se espalhar para outras partes do corpo. AnaMaria conversou com o pediatra Miguel Liberato, especialista em Endocrinologia e Metabologia, para entender melhor como essa doença é transmitida, quais são seus principais sintomas e as melhores formas de tratamento e prevenção. Confira a seguir.
O que é a parvovirose em humanos?
A parvovirose humana é uma doença viral, causada especificamente por um vírus chamado Parvovírus B19. Ela é comum em todo o mundo, sendo mais observada na infância, principalmente entre os cinco e 15 anos. De acordo com Miguel, os sintomas geralmente surgem de quatro a 14 dias após o contato com o vírus.
“A infecção pode ser, muitas vezes, assintomática, mas a principal forma de apresentação em crianças na faixa etária escolar é o que chamamos de Eritema Infeccioso, apresentando febre baixa, dor de cabeça, mal estar, sintomas gripais e uma vermelhidão intensa na face, na região das bochechas, com aspecto que chamamos de ‘bochecha esbofeteada'”, informa o médico.
Além da face, Miguel destaca que essa vermelhidão pode evoluir para outras partes do corpo, apresentando um aspecto rendilhado, que pode estar acompanhado de leve coceira. Pode também irradiar para a região de mãos e pés, com uma distribuição em “luvas e meias”.
“Além desse quadro mais comum e autolimitado, a infecção por parvovírus B19 pode comprometer transitoriamente a produção de células do sangue pela medula óssea, causar dores articulares e causar infecções potencialmente graves em fetos”, aponta o professor da pós-graduação em Endocrinologia Pediátrica do Instituto Superior de Medicina (ISMD).
Principais sintomas da parvovirose em humanos
- Febre baixa;
- Dor de cabeça;
- Mal-estar;
- Sintomas gripais;
- Vermelhidão intensa na face;
- Vermelhidão em outras partes do corpo;
- Eritema em mãos e pés;
- Dores articulares;
- Comprometimento temporário da produção de células do sangue;
- Potenciais infecções graves em fetos (raro).
Meios de transmissão da doença e medidas preventivas
De acordo com Miguel, a transmissão da parvovirose em humanos se dá pelas secreções respiratórias, principalmente antes do aparecimento da vermelhidão na pele, e pelo contato com superfícies contaminadas. Além disso, pode também ser transmitida da mãe para o feto, por transplante de medula óssea e órgãos, e ainda por transfusões.
“Para prevenir a doença, devemos evitar contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas, isolando crianças com os sintomas. Como alternativas, temos o uso de máscaras, higiene adequada das mãos, entre outras medidas gerais”, informa o pediatra.
A seguir, confira algumas medidas para proteger os filhos contra a parvovirose humana:
- Higienização das mãos: ensine as crianças a lavarem as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após espirrar, tossir ou tocar em superfícies compartilhadas;
- Utilização de lenços descartáveis: incentive o uso de lenços descartáveis ao espirrar ou tossir, e descartá-los adequadamente;
- Higienização de brinquedos e superfícies: limpe regularmente brinquedos, superfícies e objetos que possam estar contaminados;
- Evitar contato com pessoas infectadas: mantenha distância de indivíduos que apresentem sintomas de infecção, especialmente durante surtos na escola ou na comunidade;
- Educação sobre etiqueta respiratória: ensine as crianças a cobrir a boca e o nariz com o cotovelo ao espirrar ou tossir;
- Vacinação e saúde preventiva: mantenha as vacinas em dia e fazer check-ups regulares com o pediatra para monitorar a saúde das crianças;
- Atenção durante a gravidez: mulheres grávidas devem tomar cuidados adicionais para evitar contato com pessoas infectadas, já que o parvovírus B19 pode causar complicações no feto.
Diagnóstico e tratamentos para parvovirose em humanos
O diagnóstico da parvovirose humana começa geralmente com uma avaliação clínica, onde os médicos observam os sintomas característicos da doença. Nas crianças, a manifestação mais comum é o eritema infeccioso, que se apresenta como uma vermelhidão intensa na face, com o aspecto de “bochecha esbofeteada”, e pode evoluir para uma erupção cutânea em outras partes do corpo.
Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar a presença do Parvovírus B19, como exame de sangue e pesquisa de anticorpos específicos contra o vírus, no entanto, Miguel ressalta que, na maioria das vezes, não é necessário em crianças saudáveis. Também pode ser realizada uma PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para detectar o DNA do Parvovírus B19 no sangue, confirmando a infecção.
De acordo com o pediatra, o tratamento da parvovirose humana é geralmente de suporte, pois a maioria dos casos é autolimitada e resolve sem necessidade de intervenções específicas. Para aliviar os sintomas, recomenda-se o uso de analgésicos e antitérmicos para controlar a febre e as dores articulares. Também é importante manter a criança bem hidratada e garantir o repouso adequado.
Em casos mais graves, como aqueles que envolvem complicações hematológicas ou infecções fetais, pode ser necessária a intervenção médica mais intensa, incluindo transfusões de sangue ou terapias específicas. Em pacientes com imunodeficiências, o tratamento pode incluir imunoglobulina intravenosa para ajudar a combater o vírus.
“Apesar de comumente ter um curso benigno e de sintomas leves, em alguns adultos há chance de evolução dos problemas articulares. Em mulheres grávidas pode causar anemia grave no feto ou, possivelmente, um aborto espontâneo”, informa Miguel.
A prevenção da parvovirose em humanos, especialmente em ambientes como escolas e creches, é essencial para controlar a disseminação do vírus. Medidas preventivas incluem incentivar a lavagem frequente das mãos, ensinar as crianças a cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir, e manter um ambiente limpo e higienizado.
Além disso, é importante que crianças com sintomas de infecção fiquem em casa até se recuperarem completamente, para evitar a transmissão a outros alunos. Informar pais, professores e cuidadores sobre os sintomas e a importância das medidas de higiene pode ajudar a reduzir a propagação do Parvovírus B19 e proteger a saúde das crianças.
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