O Brasil registrou recentemente seu primeiro caso da doença de Newcastle em aves desde 2006, alertando autoridades sanitárias e produtores avícolas. O caso foi confirmado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em um estabelecimento de avicultura comercial de corte no Rio Grande do Sul e fez com que o governo brasileiro adotasse voluntariamente uma restrição às exportações de aves para determinados países. A seguir, AnaMaria te conta a seguir do que se trata a doença em questão.
O que é a doença de Newcastle?
A doença de Newcastle é uma infecção viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e selvagens, causada pelo vírus Newcastle disease virus (NDV), da família Paramyxoviridae. Este vírus se propaga rapidamente entre as aves, causando uma variedade de sintomas que variam de leves a graves, dependendo da cepa do vírus e da espécie da ave.
Os sinais clínicos da doença de Newcastle incluem problemas respiratórios, como tosse e dificuldade para respirar, distúrbios digestivos, como diarreia, e sintomas neurológicos, como tremores, paralisia e torcicolo. Em casos graves, pode levar à morte rápida das aves afetadas.
A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto com aves infectadas ou por meio de secreções respiratórias e excreções fecais contaminadas. O vírus também pode ser transmitido indiretamente por meio de equipamentos, roupas, ração e veículos contaminados. A doença é particularmente preocupante na avicultura comercial devido ao seu impacto econômico significativo, resultando em alta mortalidade, queda na produção de ovos e carne, e restrições comerciais.
Embora não haja cura para a doença de Newcastle, a vacinação é uma medida preventiva eficaz para controlar sua disseminação. Programas de vacinação, juntamente com medidas de biossegurança rigorosas, são fundamentais para prevenir surtos. A biossegurança envolve práticas como o controle de movimento de aves e pessoas, a limpeza e desinfecção de instalações e equipamentos, e o monitoramento constante da saúde das aves.
A identificação precoce e a resposta rápida a surtos são cruciais para minimizar o impacto da doença. Autoridades sanitárias frequentemente implementam quarentenas e abates sanitários de aves infectadas para controlar a propagação do vírus. A vigilância contínua e a cooperação internacional são essenciais para a gestão da doença de Newcastle, especialmente considerando seu potencial para afetar a segurança alimentar global e a economia avícola.
Humanos podem contrair a doença de Newcastle?
A doença de Newcastle pode infectar humanos, embora seja raro e geralmente leve. A infecção humana ocorre principalmente em pessoas que trabalham em estreito contato com aves infectadas, como trabalhadores de granjas, veterinários e manipuladores de aves.
Nos humanos, a manifestação mais comum da doença de Newcastle é a conjuntivite bacteriana, uma inflamação da conjuntiva do olho, que pode causar vermelhidão, lacrimejamento e desconforto ocular. A infecção geralmente é tratada com o uso de colírio com antibiótico. No entanto, medidas de higiene e proteção são importantes para prevenir a infecção, como o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e a prática de lavagem adequada das mãos após o contato com aves.
Há risco de contaminação por meio da carne do frango?
Não há risco de contaminação pela carne de frango em relação à doença de Newcastle. A carne de frango disponível no mercado é segura para consumo, pois as aves infectadas são identificadas e abatidas, e todas as outras aves do mesmo criadouro são testadas e, se necessário, também abatidas para evitar a propagação da doença.
Esse controle rigoroso garante que a carne de aves afetadas pela doença não chegue ao consumidor. Além disso, os processos de abate e inspeção sanitária são projetados para garantir a segurança e a qualidade da carne de frango.
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