Nos últimos dias, o Brasil entrou novamente em onda de calor, com temperaturas cerca de 5 °C acima da média histórica. Diante desse cenário, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta vermelho, o nível mais alto de risco, válido até esta segunda-feira (29).
Estados como Rio de Janeiro e São Paulo estão incluídos nesse aviso. Além disso, áreas do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo também enfrentam calor extremo, o que aumenta os riscos à saúde. Em São Paulo, por exemplo, a capital bateu recorde e chegou a 36,2 °C, reforçando a gravidade da situação.
Ainda que o brasileiro esteja acostumado às altas temperaturas, a intensidade dessa onda de calor preocupa médicos e autoridades, especialmente porque o corpo tem limites claros para lidar com o excesso de calor.
Como o corpo reage ao calor extremo
Quando a temperatura sobe demais, o organismo entra em estado de estresse térmico. Para tentar se proteger, ele ativa mecanismos como a produção de suor e a dilatação dos vasos sanguíneos, facilitando a perda de calor para o ambiente.
No entanto, em períodos prolongados de calor extremo, principalmente quando há umidade elevada, esse sistema começa a falhar. Como resultado, a temperatura corporal sobe rapidamente, o que pode levar à insolação e a danos importantes aos órgãos.
Segundo o clínico geral Lucas Albanaz, do Hospital Santa Lúcia (Brasília), o coração também sofre. “A frequência cardíaca aumenta como forma de compensação, assim como a pressão arterial”, explica ao g1. Além disso, a perda excessiva de líquidos favorece a desidratação, um dos principais perigos durante uma onda de calor.

Sinais de alerta que não devem ser ignorados
De acordo com o médico Alexander Daudt, do Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre), os sintomas variam conforme a intensidade da exposição. Inicialmente, surgem câimbras, sede intensa e fadiga. Depois, podem aparecer tontura, náuseas e vômitos.
Se a pessoa não consegue se resfriar, o quadro evolui para choque térmico, com confusão mental, convulsões e risco de falência de órgãos. Por isso, durante períodos de alerta vermelho, reconhecer esses sinais faz toda a diferença.
Grupos mais vulneráveis durante a onda de calor
Embora qualquer pessoa possa sofrer com o calor extremo, alguns grupos exigem atenção especial. Entre eles estão idosos, crianças pequenas, pessoas com doenças crônicas e quem faz uso de medicamentos como diuréticos, que aumentam a perda de líquidos.
Além disso, trabalhadores expostos ao sol, como ambulantes, também enfrentam maior risco. Estudos publicados nas revistas The Lancet e Nature Medicine mostram que a mortalidade relacionada ao calor cresceu de forma significativa nos últimos anos, especialmente entre pessoas acima de 65 anos.
Cuidados essenciais para enfrentar o calor extremo
Para atravessar uma onda de calor com mais segurança, a hidratação continua sendo a principal aliada. Beber água ao longo do dia, mesmo sem sede, ajuda o corpo a manter o equilíbrio. Além disso, banhos frios, roupas leves e ambientes ventilados contribuem para o conforto térmico.
Sempre que possível, evite sair entre 12h e 16h. Caso surjam sintomas como dor de cabeça ou fraqueza, interrompa atividades e procure um local fresco. Em situações graves, busque atendimento médico imediato.
Resumo: As ondas de calor estão mais intensas e frequentes no Brasil, exigindo atenção redobrada. O corpo tenta se adaptar, mas pode falhar diante do calor extremo. Reconhecer sintomas, cuidar da hidratação e respeitar os limites do organismo é fundamental. Informação e prevenção salvam vidas, especialmente durante períodos de alerta vermelho.
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