Eduardo Costa voltou a falar sobre as consequências que enfrenta por ter usado anabolizantes no passado. Aos 46 anos, o cantor afirmou que ainda convive com efeitos duradouros do período em que fez uso dessas substâncias para alterar o físico. O relato foi dado em entrevista ao jornalista André Piunti.
Segundo ele, a experiência trouxe muito mais prejuízos do que ganhos estéticos. “O preço é muito alto. Usei uma droga, a trembolona, e foi a pior. Ela te leva para um lixo espiritual”, afirmou, descrevendo o impacto emocional intenso que viveu na época.
O artista contou ainda que, durante o uso, percebeu mudanças marcantes no próprio comportamento. Bastava um comentário — até mesmo um elogio — para que ele se irritasse. “Nunca fui assim. Hoje vejo o quanto isso mexeu comigo”, disse. Eduardo acrescenta que, apesar de ter interrompido o uso, algumas consequências permanecem: “Eu pago esse preço até hoje.”
Agora, ele diz não buscar mais o corpo musculoso que exibiu no auge do uso dos anabolizantes. Prefere uma aparência mais natural. “Quero ser o cara magrelo, com ‘físico de pedreiro’. Corpo definido, mas magro.”
Por que os anabolizantes trazem tantos riscos?
A discussão reacende o alerta sobre o uso indiscriminado de substâncias que alteram o nível de testosterona no organismo. Esse hormônio, produzido principalmente nos testículos e nas glândulas suprarrenais, participa de funções essenciais: produção de proteínas, ereções, formação de células sanguíneas, metabolismo de gordura e carboidratos, saúde óssea, crescimento da próstata e regulação do humor.
Nas mulheres, aparece em menor quantidade e está ligado ao funcionamento reprodutivo e à regulação hormonal.
Os anabolizantes — compostos sintéticos derivados da testosterona — existem para uso médico em situações específicas, como perda severa de massa muscular. O problema surge quando essas substâncias são utilizadas sem orientação, em doses elevadas, por ciclos frequentes e com combinações perigosas. As vias de uso incluem comprimidos, aplicações intramusculares e géis transdérmicos.
Segundo especialistas, os riscos são extensos:
• Problemas cardiovasculares: hipertrofia cardíaca, hipertensão, arritmias, infarto e formação de placas nas artérias.
• Alterações hepáticas e renais: hepatite medicamentosa, insuficiência hepática e tumores.
• Impactos estéticos indesejados: acne intensa, queda de cabelo e retenção de líquidos.
• Riscos psiquiátricos: depressão, irritabilidade extrema, dependência e alucinações.
• Complicações endócrinas: disfunção erétil, infertilidade, diminuição dos testículos e aumento das mamas.
O urologista Rodrigo Antunes explica que os efeitos no sistema reprodutivo têm a mesma origem. “A interrupção da produção natural de hormônios pelo corpo causa um desequilíbrio profundo. Mesmo quando transitórios, esses efeitos podem levar de 6 a 18 meses para desaparecer — e em alguns casos duram anos”, afirma.
Uma escolha com impacto a longo prazo
O relato de Eduardo Costa não é isolado: médicos apontam crescimento no uso recreativo de anabolizantes, motivado pelo desejo de resultados rápidos e padrões corporais rígidos.
Para os especialistas, entender como esses hormônios atuam no organismo é fundamental para reforçar que o ganho estético imediato não compensa o risco prolongado para a saúde.
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