A ideia de emagrecer rápido pode até parecer um sonho – e é exatamente isso que tem levado tantas mulheres a apostarem em remédios como o Ozempic. Com o princípio ativo semaglutida, a medicação é indicada para tratar o diabetes tipo 2, mas também vem sendo usada no combate à obesidade. O que pouca gente sabe é que, apesar de ajudar a eliminar quilos extras, o uso do medicamento exige atenção: o emagrecimento acelerado pode trazer impactos importantes para a saúde íntima feminina.
Apesar da promessa de eliminar os quilos indesejados em pouco tempo ser um grande atrativo, o emagrecimento rápido pode provocar alterações no corpo que vão além da balança. “O uso de medicamentos fora das indicações aprovadas deve ser feito com extrema cautela e sob rigorosa supervisão médica”, alerta a ginecologista Alexandra Ongaratto, especializada em ginecologia endócrina.
Por que o emagrecimento rápido pode ser preocupante?
A perda acelerada de peso traz riscos metabólicos importantes, especialmente para mulheres. “Um dos maiores perigos é a perda de massa muscular, que reduz o gasto calórico em repouso e enfraquece o metabolismo. Isso também compromete a saúde óssea e aumenta o risco de osteoporose, especialmente após os 40 anos”, explica Bruna Durelli, especialista em tratamentos da obesidade e fundadora da LevSer Saúde.
Segundo ela, o uso de medicamentos como o Ozempic deve ser parte de um plano de tratamento completo, com acompanhamento profissional para evitar deficiências nutricionais e perda de massa magra.
Bruna complementa que o corpo feminino é especialmente sensível a essas mudanças. A perda rápida de peso pode comprometer a elasticidade da pele e dos tecidos, incluindo a região íntima. A falta de proteínas e vitaminas prejudica a produção de colágeno, afetando a firmeza e o conforto da mulher.
Saúde sexual também entra na conta!
O emagrecimento repentino impacta também a saúde sexual. “Além da redução na lubrificação e na gordura de sustentação da vulva, pode haver perda de tônus do assoalho pélvico, alterações hormonais e distúrbios na microbiota vaginal”, explica Anamarya Rocha, ginecologista da Clínica JK Estética Avançada. Os sintomas vão de ressecamento e flacidez genital até dor na relação sexual e queda da libido.
E não para por aí: a pressão estética e a ansiedade durante o processo de emagrecimento também interferem diretamente na sexualidade. “Quando a mulher se cobra demais ou não se reconhece no novo corpo, pode haver bloqueios emocionais e até físicos que afetam o prazer. A mente entra em conflito e a conexão com o próprio corpo se perde”, pontua a ginecologista.
Como prevenir os impactos da semaglutida
O segredo está no cuidado integral – e isso inclui a alimentação. “Reposição de proteínas de qualidade, suplementação com creatina, vitamina C, vitaminas do complexo B e ferro são fundamentais para manter a pele firme e a saúde íntima em dia”, orienta Bruna. Ela ainda reforça que o plano alimentar precisa ser individualizado, de acordo com o momento e necessidades de cada mulher.
Anamarya lembra também que fases específicas da vida feminina, como a menopausa e o puerpério, exigem atenção redobrada. “Nesses períodos, o corpo já enfrenta uma baixa natural nos níveis hormonais. O emagrecimento rápido pode intensificar sintomas como ressecamento vaginal e perda de colágeno, tornando o desconforto ainda maior”, diz.
É possível reverter as alterações na região íntima?
Para quem já está enfrentando alterações na região íntima após o emagrecimento, há tratamentos ginecológicos que ajudam a recuperar o conforto e a autoestima. Laser fracionado, radiofrequência e bioestimuladores de colágeno são ótimas opções para melhorar a firmeza e a sensibilidade.
Resumo: O uso de semaglutida, princípio ativo do Ozempic, vai além da perda de peso. O emagrecimento rápido pode afetar a lubrificação, a libido e até causar desequilíbrios hormonais. Especialistas alertam para os riscos à saúde íntima feminina e destacam a importância de acompanhamento médico e nutricional.
Leia também:
Canetas emagrecedoras, como Ozempic, podem causar alterações na pele!
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (18 de abril). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.