Quando se fala em sal, logo pensamos no tipo refinado, o mais tradicional na culinária brasileira. Mas existe uma grande variedade de versões do tempero. “Todas possuem sódio na composição, porém, algumas particularidades as diferem entre si, tornando certos tipos mais saudáveis que outros”, afirma Felix Reyes, doutor em toxicologia de alimentos e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para Camila Torreglosa, nutricionista do Hospital do Coração de São Paulo (HCor), “embora o tempero muitas vezes seja visto como um vilão, podendo desencadear doenças sérias, ele não deve ser abolido do cardápio. Afinal, se trata da principal fonte de cloreto de sódio – substância responsável pelo equilíbrio hídrico do nosso corpo. A recomendação é simples: consumir com moderação, conhecendo os diferentes tipos para saber escolher o seu!
Os perigos do exagero
O excesso de sódio é o principal fator de risco para a hipertensão, condição que aumenta muito as chances de problemas graves como:
✔ Insuficiência cardíaca
✔ Infarto
✔ AVC
✔ Doença renal crônica
Sal comum refinado
É formado por 40% de sódio e 60% de cloro e passa por processo de refinamento para extrair substâncias, como enxofre e magnésio. Por conta disso, perde boa quantidade de minerais fundamentais para o nosso corpo, como o iodo – imprescindível para o funcionamento da tireoide. Daí ser um dos tipos menos saudáveis. Para completar, ainda recebe aditivos químicos para ficar branco e soltinho.
Sal defumado
Tem gosto adocicado e é produzido em contato com a fumaça da queima de madeiras aromáticas, como carvalho ou cerejeira. Combina com tudo: pratos vegetarianos, carnes, peixes e aves. Mas vale lembrar que a quantidade de sódio praticamente equivale à do sal comum. Portanto, não abuse.
Sal negro
Tem pouco sódio. Por isso, não provoca aumento da pressão sanguínea. Outro ponto positivo é seu poder de melhorar o funcionamento do sistema digestivo. Ele alivia a azia!
Sal grosso
A proporção de sódio é a mesma do sal comum. Mas, por não ser refinado, mantém nutrientes e evita a perda de água dos alimentos.
Sal light
Comparado ao sal comum, tem menos sódio – é composto por 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio. Por isso, é indicado para hipertensos. Entretanto, quem sofre de doença renal deve evitá-lo, exatamente por conta do potássio.
Sal marinho (sal azul)
Não passa por refinamento, por isso a maior parte de seus minerais é preservada. Vem em grãos finos ou grossos. Tem um sabor ligeiramente diferente, graças à presença desses minerais e de outras substâncias essenciais ao bom funcionamento do organismo, como bromo, magnésio e cálcio. Mas, como a quantidade de sódio é alta, deve ser usado com cuidado. É a versão preferida entre vegetarianos e adeptos de uma alimentação mais natural.
Sal do Havaí
Com coloração rosa (já puxada para o vermelho…) e sabor suave, é rico em ferro e tem quase a mesma quantidade de sódio do sal refinado. Ou seja, nada de mão pesada no saleiro, certo?
Gersal
Mistura de sal com gergelim moído ou triturado. Indicado para hipertensos (possui menos sódio) ou para quem segue uma dieta macrobiótica.
Sal rosa (Do Himalaia)
É natural, rico em minerais (são mais de 80!) e tem quase metade de sódio encontrado no sal comum. Seu poder desintoxicante elimina os resíduos do corpo e purifica o sangue. A alta concentração de magnésio previne cãibras, fortalece os músculos e o sistema digestivo, prevenindo gases e a temida prisão de ventre.
Flor de sal
Origina-se dos cristais que se acumulam na superfície da água durante a produção de sal marinho. Cada 1 g possui 450 mg de sódio, o que o torna perigoso. Mas ele também carrega boas doses de magnésio, iodo e potássio.
Glutamato monossódico
Contém apenas um terço do sódio se comparado ao tipo comum refinado. Apesar disso, nada de abusar. Ele serve para intensificar o sabor dos alimentos, podendo ser usado como tempero em carnes, peixes, frangos, vegetais e frutos do mar.
Sal líquido
Obtido pela dissolução de sal marinho em água mineral. Tem sabor suave e menos sódio do que a versão comum. Pode ser usado em todos os alimentos e sua aplicação em spray permite uma distribuição uniforme.
O consumo de sal recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 5 g – ou 1 colher (chá) por dia!