A nimesulida destaca-se como o terceiro anti-inflamatório mais comercializado nas farmácias do Brasil, superada apenas por medicamentos como a losartana e a metformina, que são utilizados no tratamento de hipertensão arterial e diabetes, respectivamente. No entanto, por que a nimesulida é proibida em outros países?
A nimesulida é reconhecida pela sua eficácia em aliviar sintomas como dor, febre e inflamação. Entretanto, o uso inadequado deste fármaco tem se tornado comum, com muitos pacientes extrapolando as doses recomendadas ou prolongando o tratamento sem supervisão médica. Essa prática levanta preocupações significativas em relação aos efeitos colaterais, que podem afetar órgãos vitais como fígado, rins e coração.
De acordo com dados da consultoria Close-Up International, foram vendidas mais de 102 milhões de caixas de nimesulida no Brasil durante o último ano. Essa estatística evidencia uma tendência preocupante no país, especialmente considerando que em diversas partes do mundo este medicamento está banido da venda.
No cenário internacional, a nimesulida enfrenta restrições severas. Países como Reino Unido não a aprovaram para uso, enquanto nações como Estados Unidos, Canadá, Japão, Espanha e Irlanda decidiram retirá-la do mercado após relatórios de sérios efeitos adversos.
Os riscos associados ao uso excessivo de nimesulida
Este medicamento pertence à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e atua inibindo a enzima ciclooxigenase (COX), que desempenha um papel crucial na produção de substâncias chamadas prostaglandinas. Essas substâncias estão intimamente ligadas ao desenvolvimento da dor e da inflamação no organismo.
Além disso, as prostaglandinas também influenciam o termostato do corpo humano, podendo causar febre. Ao interferir nesse processo bioquímico, a nimesulida proporciona alívio eficaz dos sintomas associados à dor, à inflamação e à febre.
No Brasil, a bula da nimesulida sugere seu uso para uma variedade de condições médicas. Contudo, em outras regiões onde o medicamento é permitido, as diretrizes para prescrição tendem a ser mais restritas.
A questão do impacto ambiental associado ao uso de medicamentos também é preocupante. Em algumas áreas do Litoral Paulista, por exemplo, estudos revelaram que certos remédios já estão contaminando ecossistemas marinhos.
Um dos principais motivos para a proibição da nimesulida em diversos países foi a crescente evidência de danos hepáticos graves relacionados ao seu uso. A Irlanda exemplifica essa situação. Em 2007, o Conselho Irlandês de Medicamentos decidiu suspender a venda do fármaco após relatar casos alarmantes de falência hepática fulminante em pacientes tratados com o fármaco.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que entre 1995 e 2007 a Irlanda notificou 53 ocorrências de danos severos ao fígado atribuídos ao uso deste medicamento.
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