O Ministério da Saúde está implementando as mudanças no esquema vacinal contra a poliomielite desde 2023. A tradicional vacina oral (VOP), conhecida como “gotinha”, é substituída pela vacina inativada poliomielite (VIP), administrada por via injetável.
A alteração visa aumentar a eficácia e a segurança na prevenção da paralisia infantil no país. De acordo com o órgão, a medida é baseada em evidências científicas e recomendações internacionais. A substituição da dose oral pela injetável tem o aval da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, além da recomendação pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Novo esquema vacinal contra a poliomielite
A partir de 2023, o calendário de vacinação infantil contra a poliomielite passou a ser composto por três doses da vacina inativada poliomielite (VIP), aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade. Há também uma dose injetável de reforço, que deve ser aplicada aos 15 meses de vida.
Anteriormente, o esquema incluía duas doses da VIP e reforços com a vacina oral (VOP). A mudança elimina o uso da vacina oral, alinhando o Brasil às recomendações internacionais para a erradicação da poliomielite. A orientação é que a VOP seja utilizada apenas para controle de surtos, como acontece na Faixa de Gaza.
A decisão de substituir a vacina oral pela injetável baseia-se em considerações de segurança e eficácia. Embora a VOP tenha sido fundamental no controle da poliomielite, ela contém vírus atenuados que, em raras ocasiões, podem reverter à forma virulenta, causando casos de poliomielite associada à vacina. A VIP, por ser composta de vírus inativados, elimina esse risco, oferecendo proteção eficaz sem a possibilidade de causar a doença.
Veja aqui o calendário de vacinação completo.
A importância da vacinação
A poliomielite é causada pelo poliovírus, que vive no intestino e pode infectar crianças e adultos. A doença é altamente contagiosa, e pode causar paralisia permanente e até mesmo ser fatal. A vacinação em massa é a única forma eficaz de prevenção, sendo essencial para manter a erradicação da doença no país.
Por isso, o Ministério da Saúde reforça a importância de os pais e responsáveis manterem o calendário vacinal das crianças atualizado, garantindo a imunização completa. A transição para o novo esquema vacinal requer esforços conjuntos das autoridades de saúde, profissionais e da população.
Campanhas de conscientização estão sendo realizadas para informar sobre a importância da VIP e desmistificar possíveis receios relacionados à aplicação injetável. A adesão ao novo esquema é crucial para assegurar a proteção coletiva e evitar o ressurgimento da poliomielite no Brasil.
Apesar da substituição da vacina oral, o Zé Gotinha, personagem criado nos anos 1980 para incentivar a adesão das famílias, continuará sendo um símbolo da imunização no país: “O Zé Gotinha é um símbolo universal na missão de salvar vidas e um aliado importante na educação e no combate às notícias falsas. Ele seguirá firme nas ações de conscientização”, explica o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder Gatti.
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