“Eu sempre tomei muito sol, mas não era toda hora que me protegia da maneira correta. Muitas vezes, dispensava o uso de protetor solar ou chapéu. Há 10 anos, fui diagnosticada com câncer de pele”, relata a psicóloga Claudia Romcy, de 56 anos, em entrevista à AnaMaria Digital. A proteção é essencial para prevenir a doença, que é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a epiderme.
De forma geral, existem dois tipos de câncer de pele mais comuns: o melanoma, que é o mais agressivo, e o não-melanoma, com letalidade baixa, porém com grande número de casos. Claudia teve este último.
Ela detalha que o primeiro sinal foi a coceira ao redor de uma pinta que apareceu em seu corpo. Com isso, foi logo foi ao dermatologista para ver se poderia ser algo. E era. Inclusive, a Sociedade Brasileira de Dermatologia ressalta que todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, por isso a importância de se atentar aos sintomas.
MAS AFINAL, QUAIS SÃO?
A dermatologista Fernanda Nichelle, que atua na área estética na Clínica MAC, em São Paulo (SP), explica que, geralmente, essa pinta suspeita se apresenta com características diferentes das demais: “Pode ser uma lesão assimétrica, bordas irregulares, cor alterada e diâmetro maior do que 6mm”, ressalta. “Alguns tipos de câncer podem parecer como uma ferida que nunca cura, do tipo que sangra com frequência. Outros podem ser como uma verruga. Várias são as apresentações da lesão”.
No entanto, há como examinar a pinta lesão em casa. A especialista ensina que é necessário ficar atento a regra ABCDE.
- Assimetria da lesão
- Bordas irregulares
- Cor (2 ou mais cores)
- Diâmetro (maior do que 6mm)
- Evolução (crescimento anormal)
Mas, lembre-se: em caso de sinais suspeitos, procure um dermatologista. Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica.
FATORES DE RISCO
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, como a incidência dos raios ultravioletas cada vez mais agressiva no planeta, todas as pessoas precisam se proteger do sol. Os grupos de maior risco, porém, são aqueles que possuem a pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros.
Além disso, existem os antecedentes, como familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas. Nestes casos, é importante ter atenção e redobrar os cuidados.
PREVENÇÃO
Como dito no início desta matéria, a proteção é essencial para prevenir o câncer de pele. Isso porque a exposição solar sem barreiras ao longo da vida pode causar a doença. “A radiação ultravioleta, que penetra na pele, tem efeito cumulativo e os raios UV danificam o DNA de células, que podem originar lesões na pele”, explica Fernanda.
É possível diminuir os efeitos maléficos desses raios ultravioletas na pele com o uso do protetor solar, que são produtos constituídos de substâncias que agem de forma física ou química.
Além disso, Nichelle ressalta que há como prevenir com o uso de roupas com proteção UV, chapéus e óculos solar. Outro ponto bacana é optar por barracas de algodão na praia e evitar as de nylon. E, se possível, não ficar em exposição solar entre 10 e 16h e fazer exame dermatológico uma vez por ano.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia também ressalta os seguintes cuidados para prevenir o câncer de pele:
- Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão.
- Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre.
- Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
- Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
TRATAMENTO
A médica explica que tudo depende do tipo de câncer e evolução. Aí podem ser recomendadas desde terapias com produtos tópicos até cirurgia e quimioterapia, se necessário.
No caso de Claudia Romcy, o tratamento foi somente a remoção da pinta. No pós-operatório, foi preciso apenas limpar o local de onde houve a remoção, para evitar infecções e garantir que tudo ia cicatrizar direitinho.
“Também tive que me atentar por alguns dias para não expor o local ao sol. A pinta foi retirada e feito biópisia. Hoje estou bem mais atenta com pintas ou manchinhas que apareçam no meu corpo”, aponta.
Para concluir, ela explica que até que foi tranquilo receber o diagnóstico, apesar de ficar apreensiva pelo resultado. “A pinta era pequena e, se eu deixasse, poderia virar uma situação pior. Hoje estou bem. Tenho mais cuidado ao tomar sol, passo protetor e me atento aos horários, evito ir tomar sol em horários de pico, por exemplo, 12h”, alerta.
Claudia Romcy tem 56 anos, é analista Junguiana, formada em psicologia na Universidade Plesbiteriana Mackenzie, São Paulo (SP).