Cada vez mais comuns nos aeroportos internacionais, os flagrantes de entrada de Mounjaro ilegal no país acendem o alerta das autoridades. De acordo com a Receita Federal, criminosos vêm utilizando métodos cada vez mais criativos — e perigosos — para esconder as canetas de uso injetável, como dentro de frascos de cosméticos, meias, roupas íntimas e até brinquedos infantis.
Segundo Marcelo Costa, auditor fiscal da Receita Federal, a mudança no comportamento dos contrabandistas chama a atenção. “Antes, traziam nas malas. Agora, escondem presas ao corpo ou dentro de objetos do cotidiano”, afirma ao Fntástico. A criatividade, porém, não diminui o risco: o transporte inadequado pode comprometer o efeito do medicamento e colocar vidas em perigo.
O alto custo do Mounjaro ilegal atrai o mercado paralelo
Enquanto uma caneta original do Mounjaro ilegal custa cerca de R$ 1.200 na Europa, no Brasil, dentro do mercado clandestino, o preço pode chegar a até quatro vezes esse valor. E apesar do custo elevado, a procura pelo medicamento é crescente.
O motivo? A promessa de emagrecimento rápido e o controle da glicemia em pacientes com diabetes. Mesmo assim, o remédio — que só estará disponível nas farmácias brasileiras a partir de 7 de junho — ainda não pode ser vendido oficialmente no país. Importações são permitidas apenas para uso pessoal, com receita médica válida, conforme explicou a delegada Patrícia Miranda, da Alfândega do Galeão.
Aumento nas apreensões de remédios falsificados liga alerta
Os números assustam: em 2024, foram feitas 292 apreensões de canetas falsificadas. Nos dois primeiros meses deste ano, esse número saltou para 470. Diante do aumento, a Receita Federal intensificou a atuação com ações de inteligência, rastreando voos e perfis de passageiros para conter o avanço do contrabando.
Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também está em alerta. Conforme lembra o diretor da Anvisa, Daniel Pereira, trata-se de um medicamento de tarja vermelha, que só pode ser usado com prescrição médica e acompanhamento profissional.
Usar remédios falsificados é um risco para a saúde
Apesar da promessa de emagrecimento rápido, especialistas alertam: o uso indevido das canetas pode causar efeitos colaterais importantes. Entre eles, náuseas, vômitos, dor abdominal, hipoglicemia e até pancreatite.
A médica Karen de Marca, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, reforça que o medicamento deve ser usado apenas por quem tem indicação clínica. E mais: o transporte inadequado também compromete sua eficácia. “Quando trazido junto ao corpo, a elevação da temperatura pode inutilizar o remédio”, alerta Vânia Câmera, da Anvisa.
Em resumo: por mais tentador que pareça, comprar canetas de Mounjaro ilegal ou adquirir remédios falsificados representa um sério risco à saúde. E, para quem busca emagrecer com segurança, o melhor caminho continua sendo o acompanhamento médico responsável.
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