Apesar do medo de muitas mulheres, o uso prolongado do anticoncepcional não causa infertilidade. A pílula apenas bloqueia a ovulação de forma temporária. Assim que a mulher decide parar, o corpo retoma o processo natural, embora, em alguns casos, possa levar algumas semanas ou meses para se regularizar.
Segundo o ginecologista Nélio Veiga Júnior, ginecologista e obstetra Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/UNICAMP), algumas mulheres que têm dificuldade para engravidar após suspender a pílula já apresentavam condições prévias, como endometriose ou baixa reserva ovariana. Ou seja, o medicamento não é a causa do problema.
Como funciona o anticoncepcional no organismo
De acordo com o especialista em reprodução humana Rodrigo Rosa, a informação de que o anticoncepcional causa infertilidade é um mito. A dose hormonal da pílula é baixa, o que permite que o organismo retome seu funcionamento normal após a interrupção.
Um detalhe importante reforça essa explicação: quando a pílula deixa de ser tomada por apenas alguns dias, sua eficácia na prevenção da gravidez já diminui significativamente. Isso demonstra que o medicamento não afeta de forma definitiva a fertilidade feminina.
Cuidados antes de iniciar o anticoncepcional
Antes de começar a usar o anticoncepcional, o ideal é passar por uma avaliação clínica detalhada. O ginecologista deve considerar histórico de saúde, estilo de vida e fatores de risco, como pressão alta, tabagismo e predisposição a trombose.
Além disso, exames laboratoriais podem ser solicitados, dependendo das comorbidades da paciente. Individualizar o cuidado e manter acompanhamento médico regular garante mais segurança e tranquilidade para quem deseja adotar esse método contraceptivo.

Quando procurar ajuda médica para engravidar
Assim que a mulher interrompe o uso da pílula, já existem chances de engravidar. Entretanto, se após um ano da suspensão o casal ainda não conseguiu realizar esse desejo, é importante procurar um ginecologista especialista em fertilidade.
Embora o anticoncepcional não seja responsável pela infertilidade, ele pode mascarar sintomas de doenças que dificultam a gravidez, como síndrome dos ovários policísticos e endometriose. Outros fatores, como idade, infecções, malformações uterinas, pólipos ou miomas, também podem impactar.
Infertilidade também pode vir do homem
Outro ponto que merece atenção é que a dificuldade de engravidar nem sempre está ligada à saúde da mulher. Em muitos casos, os homens também enfrentam problemas de fertilidade. Alterações hormonais, fatores genéticos, exposição a toxinas e condições como varicocele ou infecções podem atrapalhar a fecundação.
Tratamentos e alternativas para quem deseja engravidar
A boa notícia é que a maioria dos problemas relacionados à infertilidade tem tratamento. Dependendo da causa, o especialista pode indicar reposição hormonal, programação das relações sexuais, cirurgias ou até técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro e a inseminação artificial.
Independentemente do caso, o acompanhamento médico é fundamental para avaliar a melhor alternativa e dar mais chances ao casal de realizar o sonho da maternidade e paternidade.
Resumo: O uso prolongado do anticoncepcional não causa infertilidade. A pílula apenas bloqueia a ovulação temporariamente e, ao ser suspensa, o corpo retoma suas funções naturais. Dificuldades para engravidar geralmente estão ligadas a condições pré-existentes, tanto femininas quanto masculinas, que podem ser tratadas com acompanhamento médico adequado.
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