A trend do remédio para acne que afina o nariz começou nas redes sociais, mais especificamente no Tik Tok. Alguns usuários recomendam o medicamento para mudar esteticamente essa parte do rosto, exibindo, inclusive, antes e depois do uso. Mas a pergunta que não quer calar é: é mito ou verdade?
A dermatologista Ana Carolina Sumam, membro especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, conta à AnaMaria Digital que isso é mito e dos grandes.
“O Roacutan, nome comercial da substância isotretinoína, é indicado para casos intensos de acne com riscos de efeitos colaterais graves. Isso, de afinar o nariz, não existe. A isotretinoína tem ação sobre as glândulas sebáceas. O nariz é a região do corpo com maior quantidade de glândulas e, em pessoas com a pele com oleosidade muito acima do normal, essas estruturas aumentam de tamanho, o que leva o nariz a ficar mais inchado”, explica.
De acordo com a Ana, quando a pessoa toma a droga, essas glândulas podem ficar menores. “Daí a impressão de que a droga afina o nariz, mas na verdade trata-se de redução do inchaço . Pessoas que têm o nariz ‘normal’, sem oleosidade excessiva e inchaço, podem tomar O remédio que não vai acontecer nada. Pelo contrário, podem surgir reações adversas, que são bastante ruins para a saúde”, destaca.
A médica ressalta que o remédio é destinado apenas para o tratamento da acne, e sua compra necessita de receituário médico específico e controlado. Ela alerta para o risco de uso do medicamento para condições que não constam na bula.
Além disso, são necessários o acompanhamento do paciente através de exames rotineiros enquanto o medicamento for usado, considerando o risco, apesar de raro, de alterações na função do fígado, aumento de triglicérides e colesterol, ressecamento dos lábios, dos olhos e da pele, dor de cabeça e até depressão, que podem ocorrer durante o uso da isotretinoína.
“O principal risco está relacionado a mulheres grávidas. Se a isotretinoína for usada no primeiro trimestre de gravidez, a chance de o bebê ter problemas de malformações graves, como neurológicos e cardíacos, chega a 30%”, conclui Sumam.