Marcos Oliveira publicou um vídeo emocionante em seu Instagram, no último sábado (28). Nele, o ator contou que está passando por problemas de saúde e colocou na legenda sua chave PIX, pedindo ajuda para custear a cirurgia de remoção de uma fístula na uretra. O artista ainda confessou que espera desde dezembro pelo tratamento, na fila do SUS, o nosso Sistema Único de Saúde.
Assim como Marcos, muitas pessoas sofrem com o problema. Segundo Alex Meller, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP), as fístulas são comunicações anômalas entre dois órgãos ou áreas. “Um exemplo disso seria a formação de um caminho entre o rim e a pele, permitindo que a urina saia através da pele”, explica.
Acontece que os pacientes precisam passar por uma operação para a remoção da anomalia, o que nem sempre é rápido. Seja pela necessidade de um especialista bem capacitado, ou pela liberação no SUS, a espera pelo procedimento pode demorar meses.
CAUSAS
As fístulas de uretra, geralmente, são causadas por dois motivos: um procedimento anterior no local que causou uma lesão ou por uma infecção que inflama os tecidos. No segundo caso, o tecido inflamado reconhece, erroneamente, outro – da bexiga, intestino ou outros órgãos – como sendo o mesmo.
Segundo o médico, elas não trazem riscos de vida, mas podem causar infecções recorrentes na urina, que devem ser tratadas com o uso de antibióticos.
CIRURGIA
O tratamento do problema é por meio de uma cirurgia de remoção. Meller, porém, ressalta que alguns fatores complicam a operação. O primeiro é o acesso à uretra, localizada em uma região difícil. Já o segundo é durante a cicatrização, podendo haver riscos da fístula se formar novamente.
A recuperação é feita através da utilização de uma sonda na bexiga do paciente, que deve permanecer por volta de uma ou duas semanas, até a cicatrização completa da uretra.
Além disso, o urologista conta que a cirurgia não é cara, mas a sua espera pode ser longa, visto que demanda profissionais capacitados e, em alguns casos, liberação do sistema de saúde público, pelo SUS.
“O problema de conseguir no sistema público é que este, pela demanda, acaba priorizando situações mais graves. A fístula na uretra é um problema de saúde importante, mas dificilmente é grave e mortal”, esclarece, acrescentando que cânceres e casos em que há risco de perda de órgãos são privilegiados