Este mês é marcado pela campanha Março Azul, que promove a conscientização sobre o câncer colorretal, uma doença que já ocupa o terceiro lugar entre os tipos de câncer mais comuns no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), aproximadamente 45.630 novos casos são diagnosticados anualmente. Apesar da alta incidência, muitas pessoas ainda desconhecem os sinais iniciais da doença, o que pode atrasar o diagnóstico e reduzir as chances de tratamento eficaz.
Segundo o cirurgião gastrointestinal Lucas Nacif, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), o grande desafio está na detecção precoce. “No estágio inicial, o câncer colorretal pode ser silencioso, mas quando descoberto a tempo, as chances de cura ultrapassam 90%”, explica o especialista.
O que é o câncer colorretal e quais são os sintomas?
O câncer colorretal se desenvolve a partir de células anormais no intestino grosso ou reto, formando lesões chamadas de pólipos adenomatosos. Esses pólipos podem permanecer inofensivos por anos, mas, com o tempo, podem se tornar cancerígenos. “Essa doença pode evoluir sem apresentar sintomas visíveis. No entanto, conforme o tumor cresce, podem surgir sinais como alterações no funcionamento do intestino, sangramentos, dor abdominal persistente, fadiga e perda de peso inexplicada”, alerta Nacif.
A progressão da doença é dividida em estágios. No inicial, o câncer se limita à parede do intestino, mas nos casos mais avançados pode atingir órgãos como o fígado e os pulmões, tornando o tratamento mais complexo.
Conheça os principais fatores de risco do câncer colorretal
Os fatores de risco do câncer colorretal envolvem tanto questões genéticas quanto hábitos de vida. Segundo Lucas Nacif, o consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas, associado a uma alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras, pode aumentar significativamente as chances de desenvolver a doença.
Outros hábitos também elevam os riscos, como o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o sedentarismo. “A prática regular de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada ajudam a reduzir os fatores de risco do câncer colorretal”, ressalta o especialista.
Apesar dessas relações bem estabelecidas, as causas exatas do câncer colorretal ainda não são completamente compreendidas, e a doença pode ocorrer mesmo em indivíduos sem histórico familiar ou fatores de risco conhecidos.
O câncer colorretal tem cura? Como funciona o tratamento?
O tratamento do câncer colorretal depende do estágio da doença. Nos casos iniciais, a remoção cirúrgica do tumor pode ser suficiente para a cura. Por outro lado, em estágios avançados, pode ser necessária a combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia para conter o avanço da doença.
A melhor estratégia é a prevenção e o rastreamento precoce. “Pessoas com histórico familiar de câncer colorretal ou que já passaram dos 40 anos devem realizar exames regulares”, orienta Nacif. Entre os principais exames estão a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia, que permitem a identificação e remoção de pólipos antes que se tornem malignos.
Conscientização e prevenção são fundamentais
O Março Azul tem um papel essencial para alertar a população sobre a importância da prevenção. Mudar hábitos alimentares, praticar atividades físicas e evitar o tabagismo são medidas simples que podem ajudar a reduzir os fatores de risco do câncer colorretal.
Além disso, realizar exames de rotina e buscar acompanhamento médico ao notar qualquer alteração intestinal são atitudes essenciais para garantir um diagnóstico precoce e aumentar as chances de tratamento bem-sucedido.
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