Nas últimas semanas, um assunto que ganhou espaço e gerou muitas dúvidas foi a respeito da tromboflebite. Tudo começou quando a sensitiva, Marcia Fernandes, se afastou das redes sociais após ter sido diagnosticada coma doença – uma condição vascular que envolve a formação de coágulos sanguíneos nas veias, acompanhada de inflamação.
Embora seja uma condição relativamente comum, ela passa geralmente despercebida, até que ocorram complicações mais graves. No entanto, o caso da sensitiva trouxe à tona a importância de conhecermos mais sobre a doença e a necessidade de estarmos atentos aos sinais e sintomas.
De acordo com relato nas redes sociais, tudo começou após ela sentir uma dor aguda no tornozelo, o que a fez buscar ajuda médica. O cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Márcio Steinbruch, conta que esse pode ser um dos sintomas da doença. Entenda melhor.
CONDIÇÃO SILENCIOSA
“A tromboflebite pode ser uma condição silenciosa, onde o paciente não apresenta nenhum sintoma, até que haja complicações. Entre os principais sintomas, podemos destacar dor e inchaço no local (edema), rigidez e dificuldade de movimentar, sensação de queimação e peso nas pernas – o local ainda pode ficar com cor alterada, mais arroxeado ou mesmo mais azulado”, explica o especialista.
FATORES DE RISCO
Vários fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento da tromboflebite, como a predisposição genética, câncer (especialmente os mais agressivos, podem aumentar a tendência de coagulação sanguínea, aumentando o risco de tromboflebite), traumas (lesões nas veias, como fraturas ou contusões graves, que podem danificar as paredes das veias, tornando-as mais propensas à formação de coágulos), veias dilatadas e enfraquecidas (conhecidas como varizes, com maior propensão à coagulação) e insuficiência cardíaca e/ou respiratória. Também são fatores de risco obesidade, gravidez e pós-parto, uso de anticoncepcionais e hormonioterapia, dificuldade para caminhar, tabagismo, cirurgias de longa duração, desidratação, viagens aéreas ou terrestres prolongadas, onde a pessoa fica sentada por um longo período.
COMPLICAÇÕES
A principal e mais grave complicação da tromboflebite é a embolia pulmonar. Um pedaço do coágulo ou ele inteiro se solta e ‘viaja’ até o pulmão, obstruindo vasos sanguíneos. Então, não há oxigenação do sangue, podendo levar à morte. “O diagnóstico da tromboflebite é inicialmente realizado por exame clínico e análise de sintomas, mas o diagnóstico definitivo é através do ultrassom doppler, que ‘vê’ o coágulo e o classifica quanto a tamanho, tipo e se é recente ou mais antigo. Isso é muito importante no tratamento, que consiste basicamente na dissolução do coágulo (recanalização). Porém, como é possível formar mais coágulos a partir desses diagnosticados, utilizam-se medicações anticoagulantes. Diminuindo a coagulação do sangue, dificilmente formarão novos coágulos”, explica o cirurgião vascular. Portanto, ao identificar sintomas, como dor, inchaço e alterações na coloração das pernas, é essencial buscar atendimento médico imediato para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.
MARCIA SENSITIVA
A história de Marcia Sensitiva serviu como um alerta para a importância de conhecermos melhor essa condição e estarmos atentos aos sinais que nosso corpo nos envia. A tromboflebite não deve ser subestimada, pois suas complicações podem ser graves e até fatais.