O DNA, ou ácido desoxirribonucleico, está presente em praticamente todas as células e funciona como um manual de instruções único de cada pessoa.
De acordo com Ricardo Di Lazzaro, médico e doutor em genética da Genera, ele determina características físicas, como cor dos olhos e cabelos, e influencia os processos vitais, respostas do corpo a doenças e até a forma como metabolizamos nutrientes. Graças ao avanço da ciência, essa molécula se tornou peça-chave em diagnósticos, na medicina personalizada e até em investigações criminais.
Apesar das diferenças visíveis entre indivíduos, mais de 99% do DNA humano é idêntico entre todas as pessoas, segundo a National Human Genome Research Institute. Isso significa que nossas distinções estão concentradas em menos de 1% da sequência genética, mas são suficientes para gerar características únicas.
Testes vão além do sangue
O exame de DNA não precisa ser feito apenas a partir de amostras de sangue. É possível analisar material genético presente em saliva, cabelo e até unhas. Swabs bucais, semelhantes a cotonetes, já são amplamente usados para coletar saliva de forma simples e indolor.
Herança entre irmãos
Do ponto de vista genético, irmãos biológicos compartilham, em média, 50% dos genes herdados dos pais. Esse cálculo ajuda a explicar por que irmãos podem ter tantas semelhanças, mas ainda assim serem diferentes em diversos aspectos.
Predisposição não é destino
Ter um marcador genético associado a maior risco de desenvolver uma doença não significa que a condição vai se manifestar. Fatores ambientais, hábitos de vida e histórico familiar têm papel fundamental. Por isso, resultados de testes genéticos devem ser sempre interpretados com apoio de aconselhamento especializado.
Descobrindo a ancestralidade
Mapear a origem geográfica dos ancestrais é possível por meio de testes de DNA. Eles mostram porcentagens relacionadas a diferentes regiões do mundo e permitem reconstruir a trajetória migratória de gerações passadas. Esse tipo de exame se tornou popular em todo o mundo por revelar conexões culturais e históricas.
Diferença entre linhagens e ancestralidade global
Enquanto o teste de ancestralidade global mostra a origem geográfica recente, geralmente até os trisavós, o exame de linhagens paterna e materna reconstrói rotas migratórias que se estendem por milhares de anos. No caso da linhagem paterna, apenas homens podem realizá-la, já que a análise é feita pelo cromossomo Y.
Encontrando parentes por meio do DNA
Com o avanço dos bancos de dados genéticos, já é possível identificar parentes por meio da comparação de segmentos de DNA. Plataformas como o GEDmatch e iniciativas privadas permitem encontrar familiares distantes, recurso usado inclusive em investigações criminais de grande repercussão.
Genética e alimentação personalizada
A nutrigenômica é um campo em expansão. Pesquisas apontam que o DNA pode revelar como o organismo processa determinados nutrientes, abrindo espaço para planos alimentares personalizados. Isso inclui identificar maior propensão a deficiências nutricionais ou a condições como intolerância à lactose e predisposição a doenças metabólicas.
Potencial esportivo e DNA
Estudos mostram que variantes genéticas podem influenciar desde a capacidade de resistência até a propensão a lesões. Embora o desempenho físico dependa também de treino e ambiente, a genética fornece pistas que ajudam a ajustar treinos e prevenir problemas. Pesquisas publicadas no Journal of Strength and Conditioning Research (2018) já demonstraram a relação entre polimorfismos genéticos e resposta ao exercício.
Resumo:
O DNA é uma molécula única para cada indivíduo, mas que também revela o quanto os seres humanos são semelhantes. Ele ajuda a explicar nossas características físicas, a identificar origens ancestrais, a personalizar cuidados com saúde e alimentação, e até a prever riscos de doenças. A genética avança como aliada da ciência e da medicina, mas exige sempre interpretação responsável.
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