O avanço da hipertensão no país mudou o cenário das farmácias. Hoje, a losartana se mantém entre os medicamentos mais vendidos, superando até analgésicos muito populares. Esse movimento revela um Brasil que ainda lida com o diagnóstico tardio, com o sedentarismo e com o envelhecimento da população. Além disso, metas de controle mais rígidas também ampliam a quantidade de pessoas consideradas em risco — especialmente depois da nova Diretriz Brasileira de Hipertensão, que passou a classificar 12×8 como pré-hipertensão.
À primeira vista, o ranking pode levantar dúvidas, inclusive a mais comum: “losartana vicia?”. A resposta passa por entender como ele age no organismo, o que ajuda a trazer mais tranquilidade para quem depende do remédio todos os dias.
Para que serve o losartana e como ele protege o corpo
Afinal, para que serve o losartana? O medicamento pertence à classe dos anti-hipertensivos e atua diretamente no sistema renina-angiotensina-aldosterona — um mecanismo que regula a pressão arterial. A cardiologista Gabriela Franciulli D’Elia, ouvida pelo portal Itatiaia, explica que a losartana bloqueia receptores responsáveis pela vasoconstrição. Como resultado, os vasos se dilatam, a circulação melhora e a pressão fica mais estável.
Além disso, ao reduzir a liberação de aldosterona, o remédio diminui a retenção de sódio e água, o que facilita o controle da pressão alta ao longo do tratamento. Segundo a especialista, essa ação contínua também protege coração, rins e vasos sanguíneos, especialmente em pacientes com histórico familiar, diabetes ou outras doenças cardiovasculares.

“Losartana vicia?” O que você precisa saber antes de se preocupar
A pergunta “losartana vicia?” aparece com frequência, mas segundo especialistas, não há evidências de que o remédio cause dependência química. Isso acontece porque sua ação não envolve estruturas cerebrais ligadas ao vício. Em vez disso, o paciente sente diferença quando para de tomar a medicação de forma abrupta, especialmente se tiver pressão alta não controlada. Ou seja: não é dependência — é o retorno da pressão elevada.
Assim, mesmo que a pessoa use a losartana por muitos anos, o corpo não estabelece um mecanismo de vício. O que existe é a necessidade de manter o tratamento contínuo para evitar riscos, como AVC e infarto. Portanto, ainda que o uso prolongado seja comum, isso não significa que o medicamento vicia, e sim que a hipertensão exige cuidado permanente.
Ranking revela liderança do remédio
Para reforçar esse cenário, o levantamento da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac) e do Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (INAFF) mostra o volume de vendas dos medicamentos no Brasil. A losartana ocupa o topo, com 167.292.878 unidades vendidas nos últimos 12 meses.
Top 10 genéricos mais vendidos no Brasil em 2024
- Losartana: 167.292.878 unidades
- Dipirona sódica: 104.901.299 unidades
- Hidroclorotiazida: 72.358.006 unidades
- Nimesulida: 71.941.593 unidades
- Tadalafila: 61.278.499 unidades
- Simeticona: 48.683.333 unidades
- Enalapril: 47.738.686 unidades
- Sildenafila: 43.736.086 unidades
- Atenolol: 43.333.267 unidades
- Sinvastatina: 41.330.555 unidades
Embora muitos fatores expliquem a popularidade do remédio, a informação mais importante fica aqui: a losartana não vicia. Ela pode — e deve — ser usada com orientação médica, já que o tratamento consistente protege o corpo e reduz riscos importantes. Portanto, se você já toma a medicação, manter o acompanhamento regular continua sendo a principal forma de garantir segurança.
Resumo: A losartana se tornou o medicamento mais vendido do país, impulsionada pelo aumento dos casos de pressão alta. O remédio protege coração, rins e vasos, além de controlar a pressão com segurança. Apesar das dúvidas, a losartana não causa dependência. O tratamento contínuo segue como a melhor forma de evitar riscos cardiovasculares.
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