Será que é lipedema ou linfedema? As duas condições de saúde são frequentemente confundidas, mas são distintas. À AnaMaria, o cirurgião plástico Fernando Amato, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), explicou a diferença entre as duas doenças. Confira!
O lipedema
O lipedema se caracteriza pelo acúmulo anormal de gordura em regiões específicas, como braços, coxas e pernas. Além do acúmulo de gordura, é comum o aparecimento de equimoses (roxos), dor e sensibilidade nas áreas afetadas, sensação de peso e cansaço nas pernas, fadiga e, em alguns casos, limitações na mobilidade.
O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação clínica, que inclui uma conversa detalhada com o paciente e exame físico. Exames complementares, como ultrassom e ressonância magnética, podem ser realizados para ajudar na confirmação do diagnóstico e na definição do melhor tratamento.
De acordo com Fernando, não existe cura para o lipedema, mas é possível melhorar a qualidade de vida da paciente com o tratamento adequado.
“O tratamento do lipedema deve ser personalizado, considerando o estágio da doença. As opções incluem o uso de medicamentos, suplementos, mudanças na dieta, terapias conservadoras como fisioterapia, drenagem linfática, uso de meias compressivas e controle do peso. Caso essas abordagens não tragam os resultados esperados ou apresentem apenas melhorias parciais, a lipoaspiração pode ser indicada. Essa técnica cirúrgica visa remover o excesso de gordura”, explica.
Quando a lipoaspiração é recomendada, o especialista destaca a importância de respeitar os limites de gordura que podem ser retirados, que variam entre 5% e 7% do peso corporal do paciente.
O linfedema
Já o linfedema é uma condição provocada por falhas no sistema linfático, resultando no acúmulo anormal de líquido linfático em áreas como braços e pernas, o que causa um inchaço persistente.
“O linfedema pode ser primário, quando é causado por uma má formação congênita dos vasos linfáticos, ou secundário, provocado por cirurgias oncológicas, inflamações ou infecções que obstruem o fluxo normal da linfa, resultando no inchaço”, detalha o cirurgião.
Embora o linfedema não tenha cura, há tratamentos disponíveis. A drenagem linfática manual, realizada por profissionais especializados no sistema linfático e vascular, é uma das abordagens terapêuticas recomendadas. Além disso, cuidados com a pele e terapias de compressão são parte do tratamento eficaz.
Lipedema ou linfedema?
Embora não sejam a mesma doença, o lipedema pode evoluir para linfedema devido à lesão dos vasos linfáticos causada pela inflamação crônica. “Embora sejam condições distintas, elas podem ocorrer simultaneamente”, conclui Fernando.
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