Inchaço abdominal, gases, diarreia, dores abdominais e náusea, muita náusea. De repente, esses sintomas começam a fazer parte de sua rotina, sem que nada tenha mudado em sua alimentação… Depois de investigar, o responsável por todo esse desconforto ganha nome e sobrenome: intolerância à lactose. Mas é possível desenvolver essa condição na vida adulta? A resposta curta é: sim! E vamos te explicar, em detalhes, o motivo.
Intolerância à lactose na vida adulta
Depois dos 30 anos, os casos de intolerância à lactose aumentam. Isso acontece porque, nessa faixa etária, há uma redução natural da enzima lactase, responsável pela digestão da lactose. “Geralmente, os sintomas ocorrem entre 30 minutos e 2 horas após a ingestão de leite ou derivados”, explica a nutricionista Vanessa Furstenberger em entrevista à AnaMaria.
Outros fatores também podem contribuir para a redução dessa enzima: infecções intestinais (vírus, bactérias e parasitas) que danificam o intestino, antibióticos, quimioterapia, radioterapia abdominal, cirurgias bariátricas ou intestinais, doenças inflamatórias intestinais e o uso crônico de certos medicamentos que afetam a mucosa intestinal. Por isso, é preciso investigar os sintomas a fundo.
Vale destacar que outras condições podem ser responsáveis pelos mesmos sintomas. “A Síndrome do Intestino Irritável (SII) pode ter manifestações semelhantes, mas que não se relacionam apenas com a lactose, podendo estar associadas ao estresse e a outros tipos de alimentos”, acrescenta Vanessa.
Como é o diagnóstico?
O caminho para descobrir se você desenvolveu intolerância à lactose pode ser percorrido de várias formas. De acordo com a especialista, os melhores métodos para diagnosticar a condição são:
- Teste do hidrogênio expirado (Teste do H2): mede o hidrogênio eliminado na respiração após ingestão de lactose;
- Teste de tolerância à lactose (glicemia): mede o aumento de glicose no sangue após ingestão de lactose;
- Teste genético: identifica predisposição genética à menor produção de lactase, mas não confirma perda funcional;
- Teste controlado de exclusão alimentar: retira e reintroduz a lactose sob supervisão.
Convivendo com a intolerância a lactose
Com o diagnóstico em mãos, é hora de aprender a conviver com a intolerância à lactose no dia a dia. A boa notícia é que, embora não tenha cura, essa condição pode ser controlada a partir de ações simples. É possível adaptar-se gradualmente ao consumo de laticínios, ingerindo pequenas quantidades com outros alimentos, utilizando a enzima lactase antes de refeições com lactose (em cápsulas ou gotas), consumindo alimentos com lactose reduzida ou sem lactose ou, ainda, reabilitando a tolerância com consumo controlado e progressivo.
Produtos sem lactose preservam todos os seus nutrientes. O processo industrial apenas quebra a lactose em glicose e galactose. Dessa forma, cálcio, proteínas e vitaminas são mantidos. Esses produtos são seguros e eficazes para todos os níveis de intolerância. Em casos leves, o consumo pequeno e fracionado pode até dispensar o uso dessas alternativas.
“A exclusão total do leite e derivados em uma dieta sem orientação pode trazer riscos como osteopenia ou osteoporose (causadas pela deficiência de vitamina D, cálcio e proteínas), além de desequilíbrio alimentar, caso essa fonte não seja substituída por vegetais ou suplementos. Também pode haver deficiência de nutrientes como potássio, fósforo, vitamina B12 e peptídeos bioativos”, alerta a nutricionista.
Então, nada de se aventurar nessa jornada sozinha: a orientação especializada é indispensável para manter uma dieta equilibrada e bem ajustada às suas necessidades individuais.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (23 de maio). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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