Um homem que sofria de paralisia conseguiu ficar em pé sozinho e já treina seus primeiros passos após receber um implante de células-tronco. O tratamento faz parte de um estudo da Universidade Keio, em Tóquio, Japão, que está testando uma terapia inovadora para lesões graves na medula espinhal. A pesquisa, iniciada em 2019, busca reverter danos permanentes e devolver a mobilidade a pacientes que, até então, não tinham opção de tratamento.
Como funciona a terapia com células-tronco?
Os cientistas utilizam células-tronco reprogramadas, ou seja, células adultas que são revertidas para um estado semelhante ao embrionário. Dessa forma, elas podem se transformar em diferentes tipos celulares, incluindo aqueles que compõem o tecido nervoso. O processo promete reparar regiões lesionadas da medula espinhal e restaurar funções perdidas.
Em 2022, os pesquisadores iniciaram os testes em pacientes com paralisia decorrente de lesões graves. Até o momento, quatro pessoas passaram pelo procedimento. Cada paciente recebeu a injeção de dois milhões de células precursoras neurais diretamente na área afetada, com a esperança de que elas se desenvolvessem em neurônios e células gliais, essenciais para o funcionamento do sistema nervoso.
Resultados promissores no tratamento da paralisia
A primeira cirurgia foi realizada em dezembro de 2021, e as demais entre 2022 e 2023. Todos os quatro participantes eram homens adultos, sendo que dois tinham mais de 60 anos. Os resultados são animadores:
- Um dos pacientes conseguiu ficar em pé sozinho e está reaprendendo a andar.
- Outro paciente voltou a movimentar os braços e as pernas, algo que antes era impossível.
- Dois pacientes não apresentaram melhora, mas também não tiveram efeitos adversos.
Segurança e avanços no uso de células-tronco
Além da evolução registrada em parte dos pacientes, o estudo demonstrou que o tratamento é seguro. Nenhum dos participantes apresentou reações negativas após um ano de acompanhamento.
“Conseguimos obter resultados positivos no primeiro tratamento com células iPS para a medula espinhal no mundo”, declarou Hideyuki Okano, líder da pesquisa. A descoberta abre caminho para novas possibilidades terapêuticas, trazendo esperança para milhares de pessoas com paralisia que aguardam uma solução eficaz.
Leia também:
Beber água pode prevenir doenças! Descubra quais são elas