Tenho 63 anos e a minha memória já não é mais a mesma. Ando esquecendo muitas coisas. Meu pai faleceu há dois anos com Alzheimer. Será que eu também vou ter?”
Y. M., por e-mail
Uma das queixas mais comuns no consultório geriátrico é a falta de memória. Afinal, há uma alteração com o envelhecimento? Até que ponto é normal esquecer as coisas? Será realmente esse um sinal da temida doença de Alzheimer? Com os anos, a agilidade mental e a velocidade de processamento e aquisição de novos conhecimentos diminui, isso é normal. Entretanto, alguns sinais podem demonstrar que a situação é um pouco mais grave. O primeiro é se a memória piorou num curto espaço de tempo (poucas semanas ou meses). Outro detalhe é se essa perda acarretou numa piora da funcionalidade, ou seja, se você deixou de fazer tarefas que antes
eram banais ou passou a realizá-las com muito mais dificuldade.Se qualquer uma das hipóteses citadas acima for positiva, é possível estar diante de uma doença, mas não necessariamente Alzheimer. Ansiedade e depressão, por exemplo, são capazes de comprometer a atenção. Sem foco, os fatos não se consolidam e parece que o problema é a memória. O excesso de informação também dificulta o processamento.Exercícios físicos e mentais, como palavras cruzadas e sudoku, ajudam a trabalhar o cérebro. O importante é não deixá-lo parado!
Uma dieta saudável deixa o cérebro a mil
A alimentação conta muitos pontos a favor da saúde do nosso cérebro. Segundo estudos recentes feitos pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, uma dieta rica em linhaça, peixes, azeite e oleaginosas (nozes, castanhas, amendoim…) pode ajudar a prevenir ou, pelo menos, retardar o aparecimento dos sintomas do Alzheimer. Esses alimentos são ricos em ômega-3, portanto, ainda nos protegem contra as doenças cardiovasculares.
Dr. Paulo Camiz é geriatra e professor da Faculdade de Medicina da USP. É também idealizador do projeto “Mente Turbinada”, que desenvolve exercícios para o cérebro.Para ler outros artigos escritos por ele, acesse ogeriatra.com.br