“Meu marido anda desanimado e reclama de falta de desejo. Existe um tipo de menopausa masculina?”
A partir dos 50 anos, há uma queda lenta e progressiva nos níveis de testosterona. A diferença para a menopausa é que na maioria das vezes a taxa não atinge níveis extremamente baixos ou quase indetectáveis, como ocorre com as mulheres. Observe que
estamos comparando a queda drástica de produção de alguns hormônios femininos com uma diminuição lenta e progressiva de testosterona no homem. Ou seja, a andropausa – termo que muitos usam para se referir à menopausa masculina – não existe!
Simplesmente porque no homem não há uma pausa, mas uma redução na produção de hormônio. Mas o que fazer pelos homens nesses casos? Resposta: será que precisamos fazer algo? Se ele está reclamando de falta de desejo, investiguem as razões. Caso os exames mostrem que os níveis de testosterona estão mesmo baixos, talvez a reposição hormonal seja um caminho. Mas essa é uma decisão tomada pelo médico e pelo paciente, pois existem efeitos colaterais. Além da falta de libido, perda de massa muscular, aumento de peso, redução da disposição e alteração de humor podem ser observados. Se a taxa de testosterona estiver normal, esses sintomas podem estar relacionados à depressão, que na verdade costuma ser mais comum do que uma deficiência hormonal. Neste caso, procure um psicólogo.
Falta de informação
Pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia mostrou que mais da metade (51%) dos homens admite não consultar um urologista ou cardiologista regularmente. Além de não irem ao médico com frequência, eles desconhecem informações importantes para viver e envelhecer com mais qualidade de vida e bem-estar. O mesmo estudo apontou que oito em cada dez brasileiros não conhecem os sintomas causados pela redução de testosterona no sangue. Os exames do maridão estão em dia?
Medicamentos para melhorar a disfunção erétil são contraindicados para homens que tomam remédios vasodilatadores para o coração.
Dr. Paulo Camiz é geriatra e professor da Faculdade de Medicina da USP. É também idealizador do projeto “Mente Turbinada”, que desenvolve exercícios para o cérebro. Para ler outros artigos escritos por ele, acesse ogeriatra.com.br