Em um período marcado por transformações intensas no corpo e nas emoções, muitas mulheres enfrentam o puerpério sem uma rede de apoio sólida por perto. Para essas mães, a tecnologia tem se revelado uma grande aliada – e a Inteligência Artificial, mais do que um recurso técnico, vem cumprindo um papel emocional e até terapêutico.
Segundo a consultoria Grand View Research, o mercado global de IA na saúde deve ultrapassar 187 bilhões de dólares até 2030, com destaque para a área materno-infantil. Só em 2023, foram mais de 280 milhões de downloads de aplicativos voltados à gestação no mundo todo. E um dado promissor: mulheres que usaram apps com assistência emocional via IA apresentaram uma redução média de 12,7% nos sintomas de depressão pós-parto.
No Brasil, um dos destaques é o V-Baby, app gratuito desenvolvido por uma healthtech nacional. O aplicativo oferece uma jornada personalizada para cada gestante, desde os primeiros sintomas até o pós-parto, com conteúdos adaptados ao momento da gravidez e ao perfil da usuária.
Companhia digital para acabar com a solidão no puerpério
Além de informações sobre o bebê e o corpo da mãe, o app atua como uma companhia emocional digital, oferecendo conselhos adaptados, suporte diário e respostas seguras baseadas em histórico e sintomas registrados. “Essa personalização cria uma sensação de acolhimento constante, como se a gestante tivesse alguém disponível 24 horas por dia, com informações seguras e adequadas ao seu momento”, destaca Thiago Lima, CEO da Vlab, empresa criadora do app.
Outro diferencial é o uso da IA para transformar vídeos de ultrassom em registros simbólicos, captando detalhes como batimentos cardíacos, traços do rosto e movimentos do bebê. Esses vídeos podem ser transformados em pequenos clipes e até transmitidos ao vivo para familiares distantes, fortalecendo laços mesmo a quilômetros de distância.
“O vídeo técnico do ultrassom tem seu valor clínico, mas carrega momentos únicos e emocionantes. O que fazemos com o V-Baby é potencializar esse lado humano da experiência, permitindo que ele seja vivido de forma compartilhada”, explica Thiago.
Cuidados e segurança
A plataforma também contempla gestantes com condições específicas, como diabetes gestacional ou hipertensão, ajustando os conteúdos às necessidades individuais. E tudo isso com segurança de dados garantida: o V-Baby segue as normas da LGPD (Brasil), GDPR (Europa) e HIPAA (EUA), utilizando criptografia e anonimização de informações.
Para o futuro, a Vlab planeja integrar sensores vestíveis, algoritmos preditivos e assistentes virtuais por voz. A proposta é unir tecnologia e cuidado real. “A IA tem um papel importante na humanização do cuidado. Ela não substitui o médico nem o afeto da rede real, mas pode sim aproximar, acolher e empoderar”, completa o CEO.
Resumo:
Com mais de 280 milhões de downloads, apps com IA vêm ganhando espaço entre gestantes. Estudo mostra que esse suporte digital reduziu em média 12,7% os sintomas de depressão pós-parto, reforçando o papel da tecnologia como aliada na saúde emocional das mães.
Leia também:
Baby blues ou depressão pós-parto: saiba identificar os sinais