A hora do parto é uma etapa que gera muitas expectativas para as gestantes. Recentemente, Michelle Loreto usou suas redes sociais para relatar como foi esse momento para ela. Apresentadora do quadro ‘Bem Estar’, no ‘Encontro’, e mamãe de primeira viagem da Aurora, ela disse ter realizado seu desejo de ter o parto natural, mas o processo não foi assim tão fácil.
E isso não é uma sensação exclusiva de Michelle: o medo de sentir dor é um fato que afasta muitas grávidas dessa experiência. Uma abordagem possível para lidar com esse temor é o hipnoparto, que pode auxiliar nesse momento tão único.
O QUE É?
A técnica visa ajudar a parturiente a reduzir o medo e a tensão, fatores que intensificam as dores comuns no parto. Ela também tem como intuito promover uma experiência mais tranquila. Na prática, é um método que combina técnicas de hipnose e relaxamento para auxiliar durante o trabalho de parto. Isso é alcançado por meio da prática do relaxamento profundo, visualização e sugestões positivas.
Assim, são habilitados para a aplicação da técnica: hipnoterapeutas que tenham familiaridade com gestantes e doulas que tenham feito um curso para a aplicação da hipnose para a gestação e para o parto, como orienta a doula Susana Moscardini, que é hipnoterapeuta, educadora perinatal e instrutora de yoga gestante.
Outros profissionais da assistência ao parto – como médicos obstetras, enfermeiras obstetras ou fisioterapeutas pélvicas, que tenham feito algum curso direcionado ao hipnoparto – também são indicados, conforme a especialista.
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QUAIS OS BENEFÍCIOS? E AS CONTRAINDICAÇÕES?
Susana, que também é autora do livro “Doula – Mulheres que se ajudam no momento mais importante da gestação” e host do videocast “Parto Descomplicado”, orienta quais são os benefícios e as contraindicações para o uso da técnica.
A especialista explica como o hipnoparto contribui para diminuir a ansiedade e os medos durante a gestação: “A técnica promove a diminuição do medo da dor do parto através das técnicas de respiração, relaxamento e sugestões positivas, construindo uma gestação mais plena, calma e um parto mais suave e confiante”, afirma ela.
Isso porque, segundo Susana, o condicionamento de novos pensamentos, crenças e percepções na mente requer repetição e reforço. Dessa forma, recomenda-se que gestantes que queiram aplicar o método devam iniciar sua prática o quanto antes. “O ideal é que ela aprenda as técnicas de hipnose e relaxamento antes do parto, para fazer o exercício da repetição, da prática, diariamente”, orienta a especialista.
De modo geral, o método costuma ser seguro para todas as pessoas. Para pessoas com condições psiquiátricas específicas, porém, é recomendado evitar a prática, pois o transe hipnótico, ou seja, submeter a grávida a hipnose – momento de grande foco e concentração da mente – tem a aplicabilidade dificultada.
Procurada pela Revista AnaMaria, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) não tem um parecer técnico sobre o método ou qualquer indicação e contraindicação sobre o assunto. De qualquer forma, mesmo com os benefícios e ressalvas, o hipnoparto não dispensa o acompanhamento médico especializado, de ginecologistas e obstetras, nem as orientações médicas dadas em cada gestação e parto.
Também procurado pela reportagem, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a respeito da técnica de hipnose, aprovou o parecer nº 19/2018, em que declara não competir à autarquia opinar sobre qual profissão da área de saúde pode praticar o procedimento, por não ser definido como ato médico exclusivo. O documento na íntegra pode ser acessado neste link.