Zilu foi levada ao hospital na madrugada da última quinta-feira (15) com um quadro de herpes-zóster, o que preocupou os seus fãs. Por meio das redes sociais, a ex-esposa de Zezé di Camargo revelou que foi diagnosticada com a doença, causada pelo mesmo vírus da varicela (catapora).
A infecção costuma se manifestar após os 50 anos de idade. Outros fatores de risco são ter tido catapora anteriormente, sistema imunológico enfraquecido devido a doenças, estresse e uso de medicamentos anti-inflamatórios ou imunossupressores, como os utilizados em quimioterapia.
Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros, em Minas Gerais, aponta que a incidência de herpes-zóster aumentou 35,4% durante a pandemia de covid-19. Entre os motivos estão o estresse provocado pelo confinamento, que abalou o sistema imunológico dos pacientes.
O médico infectologista Fernando Ferry, professor titular de doenças infectocontagiosas da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), explica tudo o que você precisa saber sobre a doença, em entrevista exclusiva à AnaMaria Digital. Confira!
O QUE É HERPES-ZÓSTER?
É uma doença viral causada pelo vírus varicela-zoster (VVZ), o mesmo vírus responsável pela catapora. Após uma infecção inicial de catapora, o vírus permanece ao longo da medula espinhal e do crânio. Quando o sistema imunológico fica enfraquecido, seja devido ao envelhecimento, estresse, doenças ou certos tipos de medicamentos, o vírus pode ser reativado e se manifestar como herpes-zóster.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
Os sintomas típicos da herpes-zóster incluem dor, sensação de queimação ou formigamento em uma área específica do corpo. Após alguns dias, erupções cutâneas vermelhas e bolhas aparecem na região afetada, geralmente em forma de faixa ou cinto. Essas bolhas podem ser dolorosas e coçar. Além disso, outros sintomas podem incluir febre, mal-estar, fadiga e sensibilidade da pele.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico de herpes-zóster é geralmente feito com base nos sintomas característicos e no exame físico. Não há testes específicos para confirmar o diagnóstico, mas em alguns casos, uma amostra das bolhas pode ser coletada e enviada para análise laboratorial para detectar a presença do vírus.
Herpes-zóster se diferencia da catapora pelo padrão de erupção cutânea. Enquanto a catapora causa erupções generalizadas em todo o corpo, a herpes-zóster afeta apenas uma área específica. Além disso, a herpes-zóster é mais comum em adultos e pode ser mais doloroso do que a catapora.
COMO É O TRATAMENTO?
O tratamento padrão para herpes-zóster envolve o uso de medicamentos antivirais, como o aciclovir, o valaciclovir ou o famciclovir. Esses medicamentos ajudam a reduzir a gravidade e a duração da erupção cutânea, além de aliviar a dor associada. Analgésicos, anti-inflamatórios e medicamentos tópicos podem ser prescritos para aliviar os sintomas.
As complicações possíveis da herpes-zóster incluem dor crônica chamada de neuralgia pós-herpética, que pode persistir por meses ou até anos após a erupção cutânea desaparecer. Outras complicações menos comuns incluem infecções bacterianas da pele, inflamação ocular, comprometimento da audição e meningite.
MAS E SE EU NUNCA TIVE CATAPORA?
A herpes-zóster pode ser contagiosa para pessoas que nunca tiveram catapora. No entanto, em vez de desenvolver herpes-zóster, elas desenvolverão catapora se entrarem em contato com as bolhas do herpes-zóster.
A HERPES-ZÓSTER É CONTAGIOSA?
Não é contagiosa em si, mas a pessoa pode transmitir o vírus para aqueles que não tiveram catapora. Para evitar a transmissão, é importante que as lesões sejam mantidas cobertas e evitar o contato direto com pessoas não imunes, especialmente aquelas com sistema imunológico comprometido.
COMO SE PREVENIR?
Existe uma vacina contra herpes-zóster. Ela é recomendada para pessoas com 50 anos ou mais, incluindo aquelas que já tiveram a doença ou catapora no passado. Também é recomendada para indivíduos imunocompetentes (com sistema imunológico saudável) que nunca tiveram.
Outras medidas preventivas incluem manter um estilo de vida saudável (incluindo alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, controle do estresse, sono adequado e evitar hábitos prejudiciais, como o tabagismo) e evitar o contato próximo com pessoas com varicela ou herpes-zóster.