Há um tempinho, Maíra Cardi apareceu nas redes sociais usando uma cadeira de rodas. A influenciadora digital explicou que terá que operar novamente a hérnia de disco. A doença não é incomum, cerca de 40% da população tem dor ciática, acometendo mais pessoas a partir dos 40 ou 50 anos.
Geralmente, é um incômodo persistente, mas com intensidade variada, que pode ser acompanhada de dormência, formigamentos, sensação de agulhadas e fraqueza muscular.
Haroldo Chagas, neurocirurgião, chefe da neurocirurgia do Hospital Federal da Lagoa – RJ e Cirurgia de Coluna Minimamente Invasiva, respondeu as principais dúvidas sobre o problema.
O que é dor ciática?
É caracterizada por pinçadas ou espasmos de dor. Ocorre na região lombar e estende-se até o pé, passando por trás da coxa, podendo ocorrer em uma ou nas duas pernas. Ela tem essa característica porque ocorre nas condições que causam sofrimento no nervo ciático (o nervo mais longo do corpo humano), e a dor acompanha o trajeto do nervo. A causa mais comum de é a hérnia de disco lombar, mas qualquer condição que ocasione a compressão do ciático (traumas, tumores, desvios da coluna) também pode ser responsável pelo quadro. Quem tem dor ciática pode ter uma certa dificuldade de realizar alguns movimentos simples, como sentar e levantar. Se você tem algum desses sintomas, procure um médico especialista o quanto antes.
O que ocasiona o problema?
Uma postura irregular, permanecer muitas horas sentado com uma postura errada, por exemplo, é altamente prejudicial para o alinhamento da coluna vertebral. Isso reflete em dores na região lombar que podem irradiar para o glúteo, coxa e membros inferiores. Outro fator que pode causar dores no nervo ciático é a ocorrência de um acidente ou trauma na região da coluna. Ao sofrer uma lesão em qualquer região da coluna, é possível que ele seja afetado, já que está interligado a outros nervos, e toda mudança ou pressão sofrida na região pode trazer prejuízos para outras partes do corpo humano. Além disso, se o trauma afetar a região lombar, quadril, coxa ou perna, as chances de prejuízos para o ciático são ainda maiores.
Como tratar o problema?
O tratamento varia de acordo com a causa e a gravidade do problema. Há situações que são resolvidas facilmente com repouso e fisioterapia, enquanto outras podem exigir o uso de medicamentos e a realização de cirurgias para corrigir o problema de compressão.
E o que é, afinal, a hérnia de disco?
A hérnia de disco também é chamada de deslocamento de disco ou ruptura do disco intervertebral. Ocorre com mais frequência na lombar ou na região da nuca (cervical). Esses dois tipos podem acontecer em qualquer idade, desde que o indivíduo possua os fatores de risco compatíveis com tal patologia. A evidência radiológica de compressão medular pode não se manifestar clinicamente. Nos casos de compressão medular, o melhor momento para a cirurgia é justamente quando o paciente apresenta poucos sinais clínicos.
Como amenizar o problema?
Existem algumas opções de exercícios (principalmente de pilates), com o objetivo de adquirir maior estabilidade e mobilidade para a coluna:
- Círculos com uma perna;
- Alongar as duas pernas;
- Alongar uma perna estendida.
Quando a hérnia de disco deve ser operada?
A cirurgia de hérnia de disco é recomendada após três meses sem resultados satisfatórios em todos os outros tratamentos, como medicamentos e fisioterapia. Episódios de dor incapacitante ou fraqueza significativa de músculos da perna ou do pé também podem necessitar de cirurgia. Casos de síndrome da cauda equina (doença grave causada pela compressão e inflamação das raízes dos nervos) exigem urgência da cirurgia de hérnia de disco, a fim de evitar sequelas permanentes. O neurocirurgião vai definir, para cada caso, se a cirurgia será tradicional ou minimamente invasiva.
Cuidados com a hérnia de disco
É fundamental procurar um médico e começar o tratamento logo após o diagnóstico, para evitar maiores complicações e o desenvolvimento da lesão. À princípio, as sessões de fisioterapia e medicação anti-inflamatória precisam ser acompanhadas de mudança de hábito. Corrigir a postura e adequar o ambiente de trabalho e de descanso às necessidades físicas fazem parte do tratamento. Além disso, é importante manter uma rotina de exercícios e alongamentos recomendados pelo médico para uma melhor recuperação.