Considerado vilão nas refeições, o sal é o mocinho na haloterapia. “Halo”, em grego, significa sal. E neste tratamento, ele não está nas refeições, mas no chão, nas paredes e no teto de uma sala que mais parece filme de ficção científica. O ambiente não tem janelas e a temperatura e umidade são contraladas. Tudo isso para combater doenças respiratórias como resfriado, sinusite, rinite, gripe, bronquite, asma e tosse, além de alergias e alguns problemas de pele, ansiedade e estresse.
“É um tratamento complementar e natural, feito dentro de uma sala totalmente coberta de sal ionizado para reproduzir o ambiente de cura, como se fosse uma caverna de sal. Esse espaço é seco, estéril e hermético, onde há cadeiras relaxantes e brinquedos para as crianças se divertirem enquanto se ouve música suave em um ambiente tranquilo. A pessoa tem também a oportunidade de fazer uma meditação silenciosa ou ler um livro. Cada sessão dura 45 minutos”, explica Ana Maria Nader, proprietária da Halosal, que oferece este serviço em São Paulo.
No decorrer da sessão, pequenas partículas são lançadas de um objeto chamado halogerador, formando uma névoa branca bastante fina, onde se respira um ar salgado. “Este tratamento já é muito antigo, mas pouco conhecido. Trata-se de uma terapia complementar aos tratamentos tradicionais, onde o sal promove uma profilaxia do sistema respiratório, que vai fluidificar o muco e eliminar vírus, fungos e bactérias. Ela também promove uma higienização do sistema respiratório, gerando um grande alívio”, afirma José Ervolino Neto, presidente da Associação Brasileira de Haloterapia.
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No entanto, existem algumas contraindicações. “O tratamento não é recomendado para pessoas em fase aguda de febre, conjuntivite, gripe e asma, com o sistema imunológico debilitado por quimioterapia e tampouco para hipertensos descompensados (que não estão sob cuidados médicos e sem controle de seu quadro clínico). Os hipertensos, sob cuidados médicos, podem fazer as sessões normalmente”, diz Ana Maria.
Sal e vitaminas do ar
A aplicação da haloterapia apresenta dois princípios básicos: sal e íons negativos. Segundo a especialista, o sal é um agente terapêutico que mata os vírus, fungos, bactérias e leveduras, e tem grau de pureza entre 97% a 99%, sem iodo. “Ele é mucolítico, ou seja, promove a remoção do muco ou catarro acumulado nas vias aéreas. E é também um anti-inflamatório, pois diminui o edema ou inchaço das mucosas nasais”, diz
Já os íons negativos (ou ânions), também chamados de vitaminas do ar, são produzidos por fenômenos naturais como cachoeiras, ondas, raios e regiões montanhosas. “Na sala de sal são produzidos naturalmente pela quebra da partícula salina no halogerador”, explica a dona da Halosal. Segundo ela, em uma sessão de 45 minutos, esses íons aumentam cerca de 800 vezes, quando comparado com a natureza.