Imagine aquele momento em que você acabou de jantar, mas, mesmo sem estar com fome, sente uma vontade incontrolável de comer um doce ou abrir um pacote de salgadinhos. Esse comportamento tem nome: fome emocional.
De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Ipec em parceria com a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), sete em cada dez brasileiros já passaram por essa situação. Além disso, 64% das pessoas entrevistadas disseram que recorrem à comida para lidar com sentimentos como ansiedade e estresse.
Esse hábito pode até parecer inofensivo, mas, quando repetido com frequência, pode levar ao ganho de peso, prejudicar a autoestima e até evoluir para transtornos alimentares, como a compulsão.
“A fome emocional é mais comum do que se imagina e não deve ser vista como fraqueza. O primeiro passo é entender os gatilhos e buscar alternativas que tragam prazer sem envolver comida”, explica Larissa Bonasser, bióloga e mestre em Ciências da Saúde da Genera.
Fome física x fome emocional: aprenda a diferenciar
Apesar de parecidas, a fome física e a emocional têm características distintas. Saber reconhecê-las é um passo importante para evitar exageros.
- Fome física: surge aos poucos, com sinais como o estômago roncando, e pode ser saciada com qualquer refeição nutritiva.
- Fome emocional: aparece de forma repentina, costuma estar ligada a sentimentos como estresse ou tédio e provoca desejo por alimentos específicos, como doces e frituras.
Outro sinal de alerta é o sentimento após comer. Enquanto a fome física traz satisfação e energia, a emocional pode gerar culpa ou arrependimento.
Dicas para lidar com a fome emocional
É possível mudar esse padrão aos poucos e criar uma relação mais equilibrada com a comida. Veja algumas estratégias que podem ajudar:
Identifique os momentos de maior vulnerabilidade
Observe quando a vontade de comer surge. Muitas pessoas percebem que a fome emocional aparece em situações específicas, como depois de uma discussão ou durante períodos de ansiedade.
Substitua a comida por outras fontes de prazer
Atividades relaxantes, como ouvir música, caminhar, meditar ou ler, podem oferecer o mesmo alívio emocional que você busca na comida, sem prejudicar a saúde.
Crie uma rotina saudável
Dormir bem, manter horários regulares para as refeições e praticar exercícios ajudam a reduzir o estresse e aumentam a sensação de bem-estar.
Busque orientação profissional
Psicólogos e nutricionistas podem criar estratégias personalizadas, oferecendo apoio emocional e orientações práticas para melhorar a relação com a alimentação.
Mudança começa com autoconhecimento
Entender os próprios sentimentos e reconhecer os gatilhos da fome emocional é um processo transformador. Pequenas mudanças no dia a dia, como prestar mais atenção ao que você come e aos seus sinais de fome, já fazem diferença.
Com acompanhamento adequado e escolhas conscientes, é possível conquistar equilíbrio e mais qualidade de vida.
Resumo: A fome emocional acontece quando usamos a comida como forma de aliviar emoções difíceis. Ao reconhecer os gatilhos e buscar alternativas para lidar com eles, você pode desenvolver hábitos mais saudáveis e uma relação mais equilibrada com a alimentação.
Leia também:
Nova diretriz para diagnosticar hipertensão arterial: veja o que muda