A influenciadora Bruna Lohaine, que compartilha nas redes sociais sua gestação de gêmeos, revelou que um dos bebês está menor do que o outro. A diferença de tamanho entre os embriões, identificada em ultrassonografia, gerou preocupação entre seguidores e levantou dúvidas sobre os riscos nesse tipo de gestação, especialmente porque a gravidez foi conquistada por meio de fertilização in vitro (FIV).
Quando os embriões se desenvolvem em ritmos diferentes
De acordo com o ginecologista e obstetra Vinicius Bassega, especializado em reprodução assistida, a situação não é incomum. “Existem situações em que, mesmo em fase inicial de uma gestação gemelar – como é o caso da influenciadora –, os embriões podem apresentar uma diferença notável em seu tamanho. Isso é preocupante porque estudos mostram que alguns sinais identificados na ultrassonografia podem indicar uma maior probabilidade de que a gestação não evolua da forma mais esperada”, conta.
Entre os indicadores de alerta, ele cita o comprimento cabeça-nádega (CCN) abaixo do esperado, o saco gestacional menor que o normal, a frequência cardíaca fetal reduzida e o aumento da vesícula vitelínica. Embora não sejam uma sentença definitiva, esses sinais reforçam a necessidade de acompanhamento médico frequente.
Condutas
Quando há diferença entre os embriões, especialmente em gestações obtidas por FIV, o médico recomenda cautela e vigilância. “É fundamental que a paciente continue utilizando todas as medicações hormonais e de suporte que fazem parte do protocolo da FIV. Elas são essenciais para manter um ambiente uterino favorável à evolução da gestação”, explica Vinicius.
Além disso, o acompanhamento ultrassonográfico seriado é indispensável. “O monitoramento contínuo através de ultrassonografias repetidas é crucial. Isso permite observar a evolução do desenvolvimento dos embriões e como a gestação se comporta ao longo das semanas, auxiliando a equipe médica a tomar decisões informadas”, acrescenta o especialista.
Possíveis causas da diferença de desenvolvimento
Segundo Vinicius, a origem do desequilíbrio pode estar em diferentes fatores. “Aproximadamente 50% dos casos de não evolução gestacional no primeiro trimestre estão relacionados a alterações cromossômicas no próprio embrião. Ou seja, o embrião não é geneticamente viável para se desenvolver plenamente”, explica.
Outros pontos que podem influenciar são a qualidade dos gametas – óvulos e espermatozoides -, fatores ambientais como dieta e exposição a toxinas, e condições de saúde maternas, como diabetes descontrolada, disfunções da tireoide ou doenças autoimunes.
Quando a causa é genética ou não genética
Se a origem do atraso é genética, pouco pode ser feito para reverter. “Se a gestação estiver destinada a evoluir para um abortamento devido a essa alteração cromossômica, o uso de medicações não impedirá esse desfecho desfavorável”, afirma Vinicius.
Para reduzir esse risco em tratamentos futuros, existe o teste genético pré-implantacional (PGT), que analisa os embriões antes da transferência para o útero, selecionando os que não apresentam alterações cromossômicas.
Já quando as causas não são genéticas, algumas medidas podem ajudar. “Antes de realizar a transferência embrionária, é recomendado que a paciente adote uma dieta saudável e pratique atividades físicas regulares, visando melhorar a qualidade dos gametas e proporcionar um ambiente mais favorável ao desenvolvimento do embrião. Além disso, é fundamental controlar adequadamente doenças pré-existentes antes de iniciar a transferência embrionária”, orienta o médico.
Resumo:
A influenciadora Bruna Lohaine revelou que, em sua gestação de gêmeos por FIV, um dos bebês está menor do que o outro. O ginecologista e obstetra Vinicius Bassega explica que a diferença pode ter origem genética ou estar ligada a fatores ambientais e de saúde materna. O caso exige acompanhamento rigoroso, uso correto das medicações e monitoramento por ultrassonografia seriada.
Leia também:
Como conciliar o sono de bebês gêmeos?