Gengiva inchada, vermelha, sensível e dolorida, além de sangramento e mau hálito. Esses são alguns dos sinais e sintomas da gengivite, doença caracterizada pela inflamação das gengivas que acomete uma grande parcela da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), explica que ela é a primeira fase da doença periodontal.
“A inflamação pode evoluir para uma infecção mais grave e provocar alterações nos tecidos que dão sustentação aos dentes, como o ligamento periodontal, tecido responsável por fixar o dente na estrutura óssea”, explica, ressaltando que o dente pode amolecer durante o processo.
ONDE TUDO COMEÇA
A gengivite ocorre devido ao acúmulo do chamado biofilme oral, conhecido popularmente como placa bacteriana, que se deposita constantemente sobre os dentes.
Quando não removida e/ou desorganizada da forma adequada, a placa pode se transformar em um depósito calcificado chamado cálculo dental, que é popularmente conhecido como tártaro.
“Este cálculo fica aderido à superfície dental e, por sua ação mecânica e também pela liberação de toxinas bacterianas, o processo inflamatório pode se agravar e promover a destruição dos tecidos adjacentes aos dentes”, diz. Isso pode fazer seus dentes caírem.
ESCOVAR É FUNDAMENTAL
De acordo com o especialista, qualquer pessoa pode desenvolver a doença. No entanto, a incidência é maior naqueles que não realizam a higiene oral da forma adequada, consomem muitos alimentos ricos em açúcar, fumantes ou indivíduos que possuem diabetes descontrolada.
As gestantes também são um grupo de risco, devido à presença de alterações hormonais e em decorrência de enjoos e ânsia, que acabam por dificultar a escovação.
Além disso, pessoas que possuem dificuldade para realizar uma escovação eficaz pela presença de dentes mal posicionados, desalinhados e uso de aparelhos ortodônticos também podem ter maior propensão a desenvolver a inflamação gengival.
SERÁ QUE TENHO?
Apesar de normalmente ser indolor, é possível notar quando a gengiva está inflamada. “Ela assume uma coloração mais avermelhada do que o normal, além de ficar edemaciada (inchada) e sangrar com facilidade durante a escovação, uso do fio dental e/ou utilização da escova interdental”, lembra o dentista.
Outros sintomas incluem mau hálito, gosto ruim na boca, alterações na oclusão, retração gengival e presença de secreção ao redor dos dentes, principalmente na região do sulco gengival devido a formação das chamadas bolsas periodontais.
COMO EVITAR
Mas é possível prevenir o problema através de alguns cuidados básicos, como não fumar, adotar uma alimentação balanceada para garantir nutrição adequada e visitar um cirurgião-dentista regularmente.
Mas o fator mais importante é, sem dúvida, manter uma boa higiene oral. “A escovação correta dos dentes e a utilização das escovas interdentais são as armas mais eficazes para prevenir o problema”, diz.
Para isso, a melhor opção é comprar uma escova com cerdas ultramacias, pois as cerdas duras podem machucar as gengivas e provocar a retração gengival. Uma grande quantidade de cerdas também é desejada, pois aumenta a eficácia da escovação e dificulta o acúmulo de placa bacteriana.
No entanto, se você já sofre com um estado mais avançado da doença, tem sangramento, presença de mobilidade e secreção em alguns dentes, o mais importante é que você consulte um cirurgião-dentista para iniciar o tratamento periodontal imediatamente.