Abrir a geladeira sem estar com fome ou atacar um pacote de biscoitos depois de um dia estressante é um comportamento mais comum do que parece. Trata-se da chamada fome emocional, quando sentimentos como ansiedade, tristeza ou tédio levam à busca por comida, especialmente alimentos calóricos e ultraprocessados.
Uma pesquisa do Instituto Ipec, em parceria com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), revelou que 7 em cada 10 brasileiros já sentiram fome emocional. O estudo mostra ainda que 64% das pessoas comem em excesso como forma de lidar com ansiedade e estresse e 69% admitem recorrer às “besteiras” nesses momentos, como chocolates, frituras e pizzas.
“A fome emocional não deve ser vista como fraqueza. O primeiro passo é entender os gatilhos e buscar alternativas que tragam prazer sem envolver comida. Esse processo de autoconhecimento pode ser potencializado quando entendemos também nossas predisposições genéticas”, explica Larissa Bonasser, Bióloga, Mestre em Ciências da Saúde e Analista de Pesquisa e Desenvolvimento na Genera.
Fome emocional x fome física
Enquanto a fome física aparece de forma gradual e pode ser saciada com diferentes tipos de alimentos, a fome emocional surge de repente, costuma vir acompanhada de desejo por comidas específicas e, em muitos casos, gera culpa ou frustração após o consumo. Esse padrão, conhecido como craving alimentar, está ligado aos níveis de dopamina no cérebro e explica a dificuldade em resistir a doces e frituras em momentos de tensão.

Por que isso acontece?
Simples: pela busca do prazer imediato. Segundo os dados, 66% das pessoas afirmam sentir vontade repentina e incontrolável de comer alimentos específicos em situações de estresse. Já entre aqueles com obesidade, 75% relatam episódios frequentes de craving.
No longo prazo, isso pode resultar em ganho de peso e até em transtornos alimentares, como a compulsão.
O impacto para a saúde
O estresse recorrente provocado pela fome emocional não afeta apenas a balança. Ele está relacionado a alterações hormonais e imunológicas, que aumentam o risco de desenvolver hipertensão, diabetes e outras doenças crônicas. Por isso, especialistas reforçam a importância de reconhecer esse comportamento e buscar alternativas mais saudáveis.
- Reconheça os gatilhos: identifique situações, horários ou sentimentos que despertam a vontade de comer sem fome.
- Encontre substitutos prazerosos: caminhar, ouvir música, ler ou praticar artesanato ajudam a aliviar emoções sem recorrer à comida.
- Invista em autocuidado: noites bem dormidas e prática regular de atividade física reduzem estresse e ansiedade.
- Construa um ambiente favorável: evite manter grandes quantidades de ultraprocessados em casa para não cair na tentação nos momentos de fragilidade.
- Busque ajuda profissional: psicólogos e nutricionistas podem orientar estratégias personalizadas e seguras para quebrar o ciclo. A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1490, de 10 de outubro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.






