A adição de flúor na água é uma medida de saúde pública adotada desde a década de 1940 nos EUA para prevenir cáries. No Brasil, a medida foi adotada na década de 1950. Esse mineral fortalece os dentes e auxilia no processo de remineralização, reduzindo o risco de desgastes causados por bactérias. Segundo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a fluoretação reduziu em até 65% os casos de cáries em populações que têm acesso a essa água tratada.
Por que a fluoretação está sendo questionada?
Recentemente, Utah, nos Estados Unidos, se tornou o primeiro estado a proibir a adição de flúor na água. A justificativa foi que a medida não trouxe redução significativa de cáries na região. Outros estados norte-americanos também estudam a possibilidade de seguir esse caminho, o que pode levar a um debate mais amplo sobre o tema.
O impacto do flúor na prevenção de cáries
A presença de flúor na água é um importante aliado da saúde bucal. Quando ingerimos alimentos com açúcar, as bactérias presentes na boca fermentam esses resíduos, levando à desmineralização dos dentes. O flúor atua diretamente nesse processo, ajudando a restaurar o esmalte dentário e prevenindo o surgimento de novas lesões.
O que dizem os especialistas sobre o flúor na água?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) recomendam a fluoretação da água como uma das medidas mais eficazes para a saúde bucal. No Brasil, um estudo da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil) mostrou que, entre 1986 e 2010, a média de dentes cariados em crianças de 12 anos caiu de sete para dois.
Existe risco no consumo de flúor?
O consumo excessivo de flúor pode levar à fluorose dentária, caracterizada por pequenas manchas nos dentes. No entanto, a regulação dos níveis de flúor na água minimiza esse risco. No Brasil, a fluoretação segue as diretrizes do Ministério da Saúde, que permite até 1,5 mg por litro de água, embora os valores ideais fiquem entre 0,6 e 0,8 mg.
A realidade da fluoretação no Brasil
Apesar dos benefícios, nem todas as cidades brasileiras têm acesso a água fluoretada. Um levantamento da Universidade de São Paulo apontou que apenas 60% da população recebe esse serviço. No Sul e Sudeste, a cobertura é maior, enquanto no Norte e Nordeste o acesso é bastante limitado. Como o custo do processo é baixo (cerca de R$ 1 por habitante), especialistas defendem sua ampliação para garantir uma saúde bucal de qualidade a toda a população.
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