Falar sobre o desenvolvimento genital das crianças pode gerar dúvidas e inseguranças, principalmente nas mães de primeira viagem. Um dos problemas mais comuns – nos primeiros anos de vida – é a fimose, caracterizada pela dificuldade de expor completamente a glande do pênis ao tentar puxar a pele que o recobre. Embora muitos casos se resolvam naturalmente até os 3 anos, é importante que os pais fiquem atentos aos sinais que podem indicar necessidade de intervenção médica.
Dados do Ministério da Saúde, divulgados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), revelam um aumento de 81,58% nas internações por fimose, parafimose e prepúcio redundante entre 2015 e 2024. Esse crescimento sugere que muitos diagnósticos estão sendo feitos tardiamente, reforçando a importância da atenção desde cedo.
O tratamento ideal para essas condições é na faixa etária dos 3 aos 9 anos, antes da puberdade, período em que a recuperação tende a ser mais tranquila. A ausência de tratamento pode levar a infecções recorrentes e, a longo prazo, aumentar o risco de câncer de pênis.
Quando a fimose se torna um problema?
O urologista Paulo Fischer, do Seconci-SP, explica que a fimose é a incapacidade de exposição do prepúcio, a pele que cobre a cabeça do pênis. “Todas as crianças nascem assim, e com o passar dos anos a pele vai se abrindo naturalmente até a adolescência”, detalha.
O diagnóstico pode ser feito desde os primeiros meses de vida, mas nem toda dificuldade de retração indica necessidade de tratamento imediato. O problema passa a exigir atenção quando surgem sinais de complicação, como processos irritativos ou infecções de repetição, conhecidas como balanopostite. Nessas situações, a intervenção médica evita desconforto e problemas mais graves no futuro.
Opções de tratamento
Paulo orienta que, em casos de prepúcio muito fechado na infância, o tratamento inicial pode incluir pomadas específicas e exercícios suaves para tentar a dilatação natural da pele. “Caso essas medidas não funcionem, em qualquer idade a partir do primeiro ano de vida, é possível realizar cirurgia para remoção do prepúcio”, detalha.
O procedimento cirúrgico é simples e envolve a colocação de um curativo oclusivo e compressivo no pós-operatório imediato, para evitar sangramentos e inchaço. Após 48 horas, o curativo é retirado e o uso de soluções antissépticas deve continuar por cerca de sete dias após o banho, garantindo uma recuperação segura e tranquila.
Mais cirurgias, mais prevenção
Para o especialista, o aumento no número de cirurgias nos últimos anos pode estar relacionado à maior conscientização sobre higiene adequada do pênis, prevenindo processos inflamatórios e infecciosos.

Por isso, os cuidados em casa são indispensáveis: “Os pais devem realizar a higiene correta durante o banho e promover exercícios no prepúcio para dilatar a pele e permitir a exposição total da glande. Isso garante limpeza adequada e prevenção de complicações”, reforça Fischer.
Se os pais encontrarem dificuldades ou dúvidas sobre essas medidas, é fundamental procurar um especialista para receber orientações seguras e preventivas, evitando que problemas simples se agravem.
Prevenção e atenção dos pais
O acompanhamento médico desde os primeiros anos de vida, aliado a hábitos de higiene corretos, é a forma mais eficaz de prevenir complicações. Entre os cuidados que podem ser adotados no dia a dia, destacam-se:
- Higiene adequada: limpar corretamente o pênis durante o banho, garantindo que a glande fique livre de resíduos.
- Exercícios suaves no prepúcio: quando indicado pelo médico, ajuda a dilatar a pele com cuidado e sem forçar.
- Acompanhamento desde cedo: consultas regulares com pediatra ou urologista ajudam a identificar problemas precocemente.
- Ficar atento a sinais de alerta: irritação frequente, infecções recorrentes ou dificuldade persistente de retração exigem avaliação médica.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (10 de outubro). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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