Oferecer o celular para uma criança ficar menos agitada pode parecer tentador, não é mesmo? Ou que tal para mantê-la comportada durante uma refeição? A princípio, é uma tática inofensiva e que os mantém na linha. Porém, o uso de telas por crianças é justamente o inverso.
As consequências do uso excessivo são conhecidas: dificuldades na socialização, problemas de comportamento, e até impacto no desempenho escolar. Esse foi o caso de Arthur Squarize, que experimentou as consequências do uso prolongado de telas.
À AnaMaria, o pai do menino alertou sobre a relação das crianças com os dispositivos eletrônicos, um desafio constante para os pais. Em uma realidade em que celulares, tablets e computadores fazem parte do dia a dia, mantê-los afastados pode ser difícil.
E Matheus Squarize sabe bem disso: o primeiro contato do filho com os aparelhos foi com cerca de um ano. “Naquele momento, eu acreditava que era inofensivo”, conta o pai. No entanto, com o passar do tempo, ele percebeu que o uso de telas estava começando a afetá-lo negativamente. “O comportamento dele mudou. Ficou mais agressivo, impaciente e reclamava de tudo”.
As consequências do uso de telas por crianças
Depois do uso de telas, Arthur começou a apresentar dificuldades de socialização e também no âmbito escolar: A distração, dificuldade de concentração e falta de foco fizeram com que afetasse o aprendizado. O desempenho escolar foi o principal dano”.
Além disso, o pequeno passou a preferir ficar em frente aos aparelhos eletrônicos do que brincar com os amigos. O prejuízo é atestado por diversas pesquisas e instituições:
- Segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o uso excessivo de telas por crianças aumenta risco de depressão;
- Estudo publicado na revista científica Pediatrics mostrou que o uso prolongado de telas prejudica a linguagem e a coordenação motora;
- Estudo publicado por pesquisadores australianos no JAMA Pediatrics mostra que as telas estão ligadas à redução da interação verbal com os pais.
Como reduzir o tempo de tela das crianças?
Com as consequências cada vez maiores, a família percebeu que era hora de intervir e reduzir o tempo de uso dos dispositivos. Segundo Matheus, o processo de introduzir o uso consciente das telas e diminuir o tempo dedicado a elas foi desafiador.
A princípio, houve resistência. Arthur demonstrava agressividade e não sabia o que fazer sem os dispositivos. No entanto, Matheus reforça a importância de estabelecer limites claros e manter uma rotina consistente. “É fundamental saber dizer não e, principalmente, seguir com essa nova rotina”, aconselha.
Com o tempo, a família começou a estabelecer horários específicos para o uso das telas, como após a escola. Depois que o tempo permitido acabava, o menino era estimulado a procurar outras atividades, como brincar, fazer a lição de casa, ler ou mesmo encontrar os amigos.
Um dos grandes aliados nesse processo foi a inclusão de Arthur nas aulas do Super Cérebro, um método que utiliza jogos de tabuleiro e desafios mentais para estimular o desenvolvimento cognitivo e socioemocional das crianças.
Super Cérebro e os benefícios da redução do uso de telas
Matheus afirma que o impacto positivo da redução do tempo de tela foi claro: enquanto a ansiedade reduziu, fogo e concentração aumentaram, assim como a paciênciam. O desempenho escolar também melhorou: “O sistema cognitivo estava sendo afetado, por isso, as aulas do Super Cérebro fizeram total diferença”.
Arthur é atendido na unidade do Super Cérebro de Santo André, que recebe crianças a partir dos 2 anos até adultos de 44. A diretora regional Aline Cruvinel explica a atuação: “Fazemos um trabalho que descansa o cérebro, mesmo que seja estimulado a todo tempo. Muito do que vemos aqui é que o maior dos benefícios é o exercício da paciência, pouco exercitada no mundo imediatista de hoje”.
As aulas do Super Cérebro de Santo André são oferecidas de segunda a sexta, com vagas nos três turnos. Alunos maiores de 5 anos têm aula uma vez na semana, com duração de 1h40. Para crianças de dois a quatro anos, as aulas são de 40 minutos, uma ou duas vezes na semana.
Por fim, o pai de Arthur oferece três conselhos para pais que enfrentam a mesma situação:
- Primeiro: não desista, não é fácil, mas cada dia é um tijolo nessa construção a longo prazo.
- Segundo: participe do dia a dia do seu filho, isso pode gerar momentos juntos que podem dar mais prazer e aproximar vocês.
- Terceiro: façam Super Cérebro, porque é excepcional o quanto o resultado das aulas geram benefícios para crianças que usam excessivamente as telas.
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