A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) alertou novamente as autoridades nesta terça-feira (30) sobre a crescente preocupação com a falsificação de bebidas. A entidade reforçou a necessidade urgente de medidas eficazes para combater essa prática, que representa um sério risco à saúde dos consumidores em todo o país.
Em abril de 2025, a Fhoresp já havia divulgado dados alarmantes. Uma pesquisa realizada pelo seu Núcleo de Pesquisa e Estatística revelou que 36% das bebidas comercializadas no Brasil eram falsificadas, adulteradas ou contrabandeadas. Vinhos e destilados são os produtos mais afetados, com irregularidades encontradas em uma de cada cinco garrafas de vodca vendidas.
Impactos da falsificação para bares e restaurantes
Segundo Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, a maioria dos bares e restaurantes segue corretamente as normas, mas acabam sendo prejudicados por fornecedores que adulteram os produtos. “Há seis meses já alertávamos o mercado sobre a prática, com números relevantes que evidenciam a fraude”, afirma à CNN.
A federação representa cerca de 500 mil empresas paulistas, incluindo hotéis, bares, restaurantes, lanchonetes e padarias, e reforça que uma ação coordenada das autoridades é essencial para desmantelar esses esquemas de falsificação.
Casos recentes de intoxicação por metanol
O perigo não é apenas financeiro, mas também de saúde pública. Nos últimos dias, três pessoas morreram após ingerir bebidas adulteradas: uma na capital paulista e duas em São Bernardo do Campo. Desde junho, o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) registrou seis casos confirmados de intoxicação por metanol e investiga outros dez.
O metanol, álcool altamente tóxico, foi detectado pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) de Campinas–SP em amostras de bebidas. Apenas uma dose pode causar visão turva, dor abdominal, tontura, náusea e convulsões, além de danos irreversíveis ao cérebro, fígado e nervo óptico. Em casos graves, a intoxicação pode levar à morte.
Um exemplo recente é o de Diogo Marques, 23, que perdeu temporariamente a visão após consumir bebida adulterada. Seu amigo Rafael Martins permanece internado há um mês com complicações graves decorrentes da intoxicação.
Ações necessárias para combater a falsificação de bebidas
Para especialistas e para a Fhoresp, é urgente que o poder público implemente medidas mais rigorosas, incluindo fiscalização intensa e punição a fornecedores irregulares. Além disso, a conscientização de consumidores e comerciantes é crucial para reduzir os riscos e evitar novos casos de intoxicação.
Enquanto isso, é recomendável que o público adquira bebidas apenas em estabelecimentos confiáveis, observe selos de autenticidade e desconfie de preços muito abaixo do mercado. A prevenção, nesse caso, pode salvar vidas.
Resumo: A falsificação de bebidas preocupa autoridades e consumidores: 36% dos produtos no Brasil apresentam irregularidades, com risco de intoxicação por metanol. Casos recentes reforçam a necessidade de fiscalização e conscientização.
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