Diagnosticar precocemente a forma mais letal do câncer de pele (melanoma) é um desafio para médicos e pacientes. Mas um novo estudo australiano, publicado na revista Oncotarget, promete revolucionar o tratamento.
O exame de sangue experimental pode potencialmente encontrar o câncer de pele do tipo melanoma muito antes de ser possível detectar uma lesão suspeita na pele. Quanto mais cedo ele for descoberto, mais fácil será o tratamento.
PERIGO
No entanto, quanto mais tardio for o diagnóstico do melanoma, mais perigoso se torna. A taxa de sobrevivência cai para 63% quando a doença atinge os nódulos linfáticos e 20% quando chega, em metástase, aos outros órgãos”, explica a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
Em 2018, a Skin Cancer Foundation estima que mais de 91 mil casos de melanoma serão diagnosticados de forma tardia. Por esse motivo, o teste experimental com a detecção precoce por meio do exame de sangue é visto com entusiasmo por dermatologistas e oncologistas.
ESPERANÇA
O novo teste, descoberto por pesquisadores na Austrália, detectou com precisão a doença em 81% das vezes. Segundo os pesquisadores, isso acontece porque detecta uma combinação particular de 10 anticorpos no sangue de pessoas com câncer de pele do tipo melanoma.
“O corpo produz esses anticorpos no ‘estágio inicial da doença’ e, pela primeira vez, foi mostrado que os anticorpos são detectáveis no sangue de pacientes com tumores de melanoma com menos de um milímetro de espessura”, explica Claudia.
Dessa forma, usando o teste, os médicos poderiam detectar o problema antes dele ser visto. O exame promete ser ainda mais importante para aqueles com histórico familiar de câncer de pele. “Isso também pode permitir que médicos de outras especialidades façam a triagem desses cânceres para, então, encaminharem o paciente a um dermatologista em busca do diagnóstico”, diz a médica.
FASE DE ESTUDOS
Apesar da boa notícia, o exame de sangue ainda está em fase de estudos, passando por testes clínicos pelos próximos três a cinco anos. Os resultados precisam ter ao menos 90% de precisão para serem aprovados pelo FDA (Food And Drug Administration).
No entanto, os pesquisadores esperam que ele possa ser usado mais cedo em conjunto com outros métodos de detecção de melanoma. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), apesar de não ser o mais frequente câncer de pele, no ano de 2018 são estimados 2.920 casos novos em homens e 3.340 casos novos em mulheres.
Com relação ao câncer de pele não-melanoma, estimam-se 85.170 novos casos entre homens e 80.410 nas mulheres para o ano de 2018. É por isso que você deve ficar atento aos sinais que aparecem no seu corpo.
AUTOEXAME
Deve ser realizado principalmente nas pessoas de pele clara, com antecedentes familiares de câncer de pele, mais de 50 pintas, que tomaram muito sol antes dos trinta anos e sofreram queimaduras.
Quem tem lesões em áreas de atrito, como área da peça íntima, soutien, palma das mãos, planta dos pés e área do couro cabeludo, também deve seguir as instruções e procurar o médico caso necessário:
- Examine seu rosto, principalmente o nariz, lábios, boca e orelhas;
- Para facilitar o exame do couro cabeludo, separe os fios com um pente ou use o secador para melhor visibilidade. Se houver necessidade, peça ajuda a alguém;
- Preste atenção nas mãos, também entre os dedos;
- Levante os braços, para olhar as axilas, antebraços, cotovelos, virando dos dois lados, com a ajuda de um espelho de alta qualidade;
- Foque no pescoço, peito e tórax. As mulheres também devem levantar os seios para prestar atenção aos sinais onde fica o soutien. Olhe também a nuca e por trás das orelhas;
- De costas para um espelho de corpo inteiro, use outro para olhar com atenção os ombros, as costas, nádegas e pernas;
- Sentada (o), olhe a parte interna das coxas, bem como a área genital;
- Na mesma posição, olhe os tornozelos, o espaço entre os dedos, bem como a sola dos pés.