Vivemos um momento em que muita gente anda de mau humor. E tudo bem! Esse sentimento até tem importante função na vida. Ele nos ajuda a resolver pendências, ter aquela conversa difícil com o vizinho, o patrão…
Mas desde que não sejamos o tipo explosivo e que ofende. É que o mau humor gera um aumento de energia na habilidade de comunicação. Assim, precisamos aprender a aceitar que não há nada de errado em, alguns dias, nos sentirmos irritados.
Acontece que alguns esperam que a vida seja uma eterna festa e, então, muitas vezes, procuram resolver o baixoastral com substâncias ou ‘divertimentos’ arriscados. E esse é um caminho perigoso. É preciso tolerar algum tédio ou frustração com resignação. Apenas se esse estado de espírito se tornar repetitivo, aí, sim, é bom buscar ajuda.
A medicina, a psicologia, a religião, a amizade, a família são meios que ajudam a aliviar. Às vezes, só o fato de dividir as angústias com alguém é sinal de bem-estar. Seres humanos oscilam de humor, é natural que isso aconteça.
Repito: só não podemos tornar o mau humor uma constante. Do contrário, nos momentos que o astral despenca, basta ficar um pouco mais reclusa, até se acalmar e se sentir melhor.
O mau humor acontece e não dá para mudar isso. Quem reconhece seus limites e sabe que “hoje simplesmente não vai rolar” já deu um grande passo, pois irá reduzir danos que outras atitudes piores poderiam trazer.
Já para quem quer mudar o cenário constante, cultivar pensamentos positivos e se apegar a alguma religião (a oração ajuda) podem ser boas alternativas. Porém, há um método com comprovação científica bastante eficaz, que é a terapia cognitivo-comportamental (TCC).
Ela ensina a identificar gatilhos de mau humor e técnicas de mudanças de pensamento. Resumindo: aceite a condição, afinal somos humanos e, como tal, passíveis de alterações de humor, e busque ajuda quando o problema se tornar uma constante.
LUIZ SCOCCA é psiquiatra com mais de 20 anos de atendimento em consultório próprio, além da participação em grupos de estudo, congressos e projetos sociais. Formado pela USP e membro das associações brasileira e americana de psiquiatria: ABP e APA.