Nesta última terça-feira recebemos a notícia do falecimento de Dona Alda, mãe da apresentadora Xuxa Meneghel, que sofria do mal de Parkinson há mais de 15 anos. Para entender a doença, conversamos com o neurocirurgião Kleber Duarte, da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), que esclareceu as dúvidas mais frequentes.
Afinal, o que é a doença de Parkinson?
É uma doença progressiva do sistema nervoso e do corpo.
Muita gente confunde a doença de Parkinson com a doença de Alzheimer. Quais as principais diferenças?
Alzheimer é outra doença que degenera o cérebro, causando alterações da memória, da lucidez, da compreensão e da linguagem. São doenças diferentes e que causam alterações e queixas diferentes. Embora algumas pessoas com Parkinson até possam ter alterações na memória e lucidez, esta não é uma doença que causa estes sintomas, a não ser como exceção. O diagnóstico diferencial deve ser feito por um médico e a partir das queixas do doente e às informações da família.
Veja também:
Temperos que fazem bem
Pilates na terceira idade, sim!
Como posso deixar de ser sedentária?
O que causa a doença de Parkinson?
Ela não tem causa conhecida. Provavelmente é provocada por uma causa externa que ativa genes da doença. E também pode ser associada a depressão.
Quais são os sintomas?
Ela causa sintomas do movimento. Cursa com perda da precisão nos movimentos delicados, rigidez e movimentos mais lentos e tremor. Pode surgir desequilíbrio e caminhar com dificuldade e alteração na postura corporal, ficando mais curvado. Mas a doença não é exclusivamente restrita a estes sintomas. Parkinson também causa alterações na fala, pode causar alterações no ato de engolir e na salivação. A perda da capacidade de sentir cheiro e alterações no funcionamento do intestino podem surgir muitos anos antes das queixas de tremor. A dor muscular, lombar, as câimbras e a dificuldade para dormir também são sintomas causadas pelo Parkinson.
Como deve ser feito o tratamento?
A doença de Parkinson deve ser tratada com medicações específicas. São medicamentos para melhorar os sintomas do movimento, o sono, o humor e a dor. Mas é importante falar que o tratamento pode mudar com o passar do tempo. Às vezes a medicação pode perder efeito ou efeitos adversos surgirem. Em casos assim, pode ser indicado um tratamento cirúrgico, especialmente o implante de um sistema de estimulação do cérebro, uma espécie de marca-passo.
Como a família deve lidar com o paciente?
A família é importante para dar suporte e incentivar o doente a manter atividades físicas, boas atividades mentais, manter uma vida social e pensar sempre em reabilitar o doente. Ou seja: manter a regularidade no tratamento e nas atividades pessoais, sempre respeitando os limites e tentando reabilitar a pessoa.