Que a salsicha não é um alimento saudável, por ser industrializado e conter altas quantidades de gorduras, conservantes, aditivos e sódio, isso nós sabemos. Mas, recentemente, vem circulando publicações no Tik Tok que afirmam que os conservantes usados na produção podem ser identificados no organismo mais de 30 anos após a ingestão da salsicha. Será que isso é verdade?
Conforme Ubiracir Fernandes, químico industrial, doutor em vigilância sanitária e integrante do Conselho Federal de Química (CFQ), não há comprovação alguma sobre o tempo que demora para a salsicha “sair” do organismo de quem a ingere. “A informação é equivocada. Não está baseada em nenhuma pesquisa científica”, afirma.
“Se é um alimento que chegou na mesa da população e é um alimento regularizado, processado e industrializado é porque ele teve a autorização da Anvisa. Ou seja, ele foi inspecionado quanto à presença de qualquer substância e quais os limites máximos e efeitos dos componentes na saúde”, explica ainda o conselheiro federal.
“Até o momento, não há comprovação científica sobre o assunto”, concorda Marise Pollônio, professora associada livre docente da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
RECOMENDAÇÕES DA OMS
Em 2015, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou a redução no consumo de carnes como linguiça, bacon, salsicha e presunto, que foram colocadas na mesma categoria cancerígena que álcool, asbesto, cigarro e até plutônio.
“Devemos evitar o consumo de alimentos processados. Não é nem em razão do tempo que demora para sair do organismo, o que não é comprovado e praticamente impossível de determinar, mas em razão dos efeitos danosos à saúde ao longo do tempo”, afirma Leonardo Emílio, médico cirurgião geral.