Em um caso extraordinário de sobrevivência e medicina de emergência, Marisa Christie, uma jovem americana de 30 anos residente em Tomball, Texas, deu à luz trigêmeas sob circunstâncias críticas que a deixaram clinicamente morta durante o parto. O incidente ocorreu enquanto ela passava por uma cesariana e sofreu uma parada cardíaca, resultante de uma embolia de fluido amniótico, uma complicação obstétrica rara e frequentemente fatal.
Durante o procedimento cirúrgico, o obstáculo surgiu quando a equipe médica separava a placenta do útero. A situação rapidamente se agravou, levando Marisa a perder a capacidade de respirar. Em resposta imediata, os médicos do Memorial Hermann The Woodlands Medical Center iniciaram manobras de ressuscitação e transfusões sanguíneas na tentativa de estabilizar sua condição crítica.
O anestesista Ricardo Mora desempenhou um papel crucial ao manter o coração da paciente funcionando temporariamente. Simultaneamente, a especialista em medicina fetal Amber Samuel trabalhou para conter a hemorragia uterina.
Diante da gravidade do quadro clínico, o cirurgião torácico e cardiovascular Stephen Maniscalco interveio com a instalação de um dispositivo ECMO, responsável por substituir as funções cardíacas e pulmonares enquanto o corpo da paciente se recuperava.
Marisa ficou “morta” por 45 minutos, conforme descrito por Mora, e foi estabilizada pela máquina ECMO. Contudo, novos episódios de hemorragia exigiram que os médicos realizassem mais intervenções cirúrgicas, culminando na retirada do útero como medida definitiva para controlar o sangramento.
Gravidez delicada
A jornada de gravidez de Marisa já havia sido marcada por complicações. Após tratamentos hormonais para conseguir gestar, exames revelaram a presença de um quarto feto não viável que estava afetando a circulação sanguínea para uma das trigêmeas sobreviventes. Este cenário desafiador exigiu um procedimento adicional para remover o feto falecido e aliviar o estresse no sistema circulatório da outra criança.
Pós-parto
Marisa não possui recordações do nascimento das filhas devido ao coma induzido pelo trauma e pelas intervenções médicas subsequentes. Ela ficou sedada na UTI e ainda utilizando ECMO por uma semana após o nascimento das bebês.
A preocupação médica era que Marisa tivesse danos cerebrais. Durante este período da internação, a equipe do hospital colocava as trigêmeas no colo da mãe para que tivessem o contato materno. Estes momentos são recordados pela paciente, que começou a dar sinais aos médicos de que estava ouvindo o que acontecia ao seu redor.
Após uma semana, Marisa recebeu alta, mas precisou de um tempo de repouso em casa para se recuperar plenamente. As trigêmeas seguiram internadas ainda para ganharem peso.
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